Novo estudo associa a poluição a psicose na adolescência
Um estudo recentemente publicado na revista científica JAMA Psychiatry, avaliou a saúde mental de cerca de 2000 adolescentes a viver em áreas urbanas, semi-urbanas e rurais, e conseguiu estabelecer uma relação entre as desordens psicóticas e os níveis de poluição.
De acordo com os investigadores da King’s College, quase um terço destes jovens (623) admitiu ter experimentado pelo menos uma experiência psicótica, entre os 12 e os 18 anos. Sentir-se observado ou ouvir vozes que mais ninguém conseguia ouvir foram as experiências mais relatadas.
Com este estudo, os investigadores conseguiram estabelecer uma correspondência com a poluição das grandes cidades, afirmando que as crianças a viver em zonas urbanas estão mais propensas a desenvolver psicoses.
Nas áreas que registam níveis elevados de gases poluentes, - como as zonas da cidade mais próximas do centro ou ruas muito movimentadas - 12 em cada 20 adolescentes admitiu ter passado por uma experiencia psicótica. Nas áreas com níveis mais baixos de óxido de nitrogénio, apenas 7 em cada 20 referiu ter tido um surto psicótico.
Joanne Newburry, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência, afirma que “estes dados sugerem que a poluição pode ser um fator de risco”. Para os investigadores envolvidos neste estudo, a poluição não afeta apenas a saúde respiratória ou cardiovascular.
A hipótese que surge em cima da mesa, e que poderá justificar estes novos dados, é que pequenas partículas destes poluentes possam penetrar a circulação sanguínea, através dos pulmões, e cheguem até ao cérebro onde desencadeiam uma resposta inflamatória que prejudica a saúde mental. Outra teoria, é que os químicos que envolvem estas partículas se possam dissolver no sangue e viajar até ao cérebro.