Estuário do Tejo

Municípios reivindicam mais 38 médicos de família

Os municípios abrangidos pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo, onde mais de 72.000 utentes não têm médico de família, reivindicaram mais profissionais de saúde para a região.

O Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo (ACES) abrange os concelhos de Vila Franca de Xira, Azambuja, Alenquer, Arruda dos Vinhos e Benavente, localizados a norte da Área Metropolitana de Lisboa.

Em declarações, o vice-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Ferreira (PS), referiu que os cinco municípios do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo manifestaram recentemente à tutela, numa reunião, a sua apreensão pela falta de médicos de família e de enfermeiros na região.

“No total, faltam 38 médicos de família e pelo menos 95 enfermeiros. Nos cinco concelhos existem 72.000 utentes que não têm médico de família. É uma situação muito preocupante”, apontou o autarca.

Fernando Ferreira disse que, no caso do município de Vila Franca de Xira, 44.300 utentes não têm médico de família, o que equivale a cerca de 30% da população.

O vice-presidente da autarquia de Vila Franca de Xira referiu que o Ministério da Saúde garantiu que iria resolver “o mais rapidamente possível” a questão da falta de enfermeiros, mas que no caso dos médicos a solução seria “bem mais complicada”.

“Aquilo que nos transmitiram é que, no que concerne à ausência de médicos de família, a questão não será de índole económica, mas sim de falta de médicos. Já em relação aos enfermeiros disseram-nos que, em breve, o assunto poderá ser solucionado ou, pelo menos, minorado”, apontou.

No município vizinho de Azambuja também existe preocupação pela falta de profissionais de saúde, uma vez que cerca de 9.300 utentes não têm médico de família, disse o presidente daquela câmara ribatejana, Luís Sousa (PS).

“Estamos a atravessar, no concelho de Azambuja, dificuldades medonhas. Temos utentes que têm de se deslocar da sua freguesia para ter uma consulta e, até há pouco tempo, tínhamos aqui uma freguesia que não tinha nenhum médico”, apontou o autarca.

Luís Sousa perspectivou que, para aquele concelho, sejam necessários “pelo menos cinco médicos” para que a situação seja melhorada: “A questão dos enfermeiros não é tão acentuada, mas em relação aos médicos é muito grave. Eram precisos pelo menos cinco médicos”.

No caso do concelho de Arruda dos Vinhos, dos 13.000 utentes inscritos, 800 não têm médico de família.

Em Alenquer, 13.000 utentes, num total de 42.000, estão sem médico de família, estimando a autarquia faltarem entre sete a nove médicos.

Já em Benavente, segundo dados da comissão de utentes de saúde local, existem 8.000 utentes sem médico de família.

Numa resposta escrita, o Ministério da Saúde referiu que “tem vindo a implementar diversas medidas com vista ao reforço do acesso da população ao Serviço Nacional de Saúde e à oferta de serviços de saúde”.

“No que concerne ao Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo, actualmente estão a prestar assistência 27 internos da especialidade. Importa referir que o número cresceu para nove, em 2015, mais três de que no ano anterior”, sublinhou a mesma fonte.

O Ministério da Saúde disse ainda que está previsto para maio um reforço de médicos na região, com mais dois no concelho de Vila Franca de Xira, e que existem, neste momento, seis vagas para médicos de medicina geral e familiar.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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