A “doença do beijo”

Mononucleose

Atualizado: 
27/03/2014 - 11:33
A mononucleose infecciosa é uma doença provocada por uma infecção viral. Denomina-se frequentemente só por mononucleose e é provocada pelo vírus Epstein-Barr.

Em alguns casos, outros vírus podem dar sinais e sintomas muito semelhantes à mononucleose que se denominam síndromes mononucleósidos.

A mononucleose tem a alcunha da “doença do beijo.” Isto deve-se ao facto do vírus Epstein-Barr poder ser transmitido pela saliva, apesar dos espirros e a tosse também poderem transmitir o vírus.

A mononucleose ocorre, tipicamente, quando uma pessoa é infectada, pela primeira vez, com vírus Epstein-Barr apesar de, por vezes, a infecção inicial não ser sintomática. Causa, muitas vezes, uma doença ligeira ou mesmo nenhuma doença.

Manifestações clínicas

Os primeiros sintomas de mononucleose, tipicamente, incluem:

Estes sintomas são seguidos muito em breve por:

  • Dores de garganta;
  • Aumento dos gânglios linfáticos;
  • Arrepios;
  • Dores nas articulações;
  • Perda de apetite e ligeira perda de peso;
  • Náuseas e vómitos (por vezes);
  • Uma erupção cutânea vermelha, habitualmente, no tórax. Isto é mais provável se a pessoa tiver recebido, recentemente, os antibióticos ampicilina ou amoxicilina;
  • Dor abdominal;
  • Aumento do baço.

Os sintomas raros incluem:

  • Icterícia (pele e olhos amarelos);
  • Dificuldade em respirar;
  • Anemia;
  • Ritmos cardíacos irregulares.

Nos casos raros, o baço pode aumentar de volume e pode originar uma ruptura. O baço é um pequeno órgão próximo do estômago. Se não for tratada, uma ruptura do baço pode provocar hemorragia interna potencialmente letal.

Diagnóstico
O diagnóstico médico é feito com algumas questões sobre a história médica e sintomas actuais. Os detalhes, relativamente a exposição recente a alguém com mononucleose ou sintomas semelhantes aos da mononucleose, são igualmente importantes.

Durante um exame físico, os sinais de mononucleose a procurar são:

  • Febre;
  • Vermelhidão da garganta com amígdalas inchadas;
  • Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e noutro local;
  • Aumento do baço;
  • Erupção cutânea vermelha, em regra no tórax.

As análises ao sangue são importantes para ajudar ao diagnóstico. Os resultados destas análises podem ser normais nos primeiros dias de doença e só surgirem alterados ao fim de uma semana. Dois tipos de análises ao sangue ajudam a efectuar o diagnóstico:

  • Leucograma (contagem de leucócitos) diferencial: este teste mede os níveis de diferentes tipos de leucócitos (glóbulos brancos). Nas primeiras semanas da mononucleose, o número de linfócitos (um tipo de leucócitos) é bastante elevado. Também se verifica um grande número de linfócitos com configuração diferente da habitual, denominados “linfócitos atípicos”.
  • Anticorpos heterófilos: a mononucleose faz com que os leucócitos (glóbulos brancos) produzam um tipo de anticorpos raro denominado anticorpos anti-heterófilos, que podem ser identificados no sangue.

Evolução Clínica
Em regra, os sintomas são mais intensos durante as primeiras duas a quatro semanas da doença. Mas alguns sintomas, particularmente, fadiga, podem durar vários meses ou mais.

Prevenção
Esta doença é mais contagiosa durante o seu estadio agudo. Isto acontece quando a pessoa afectada ainda tem febre.

Alguém com mononucleose não precisa de estar isolado dos outros. No entanto, muitos médicos recomendam que o doente evite beijar outras pessoas enquanto se sente doente. Isto ajuda a evitar a propagação da infecção.

Algumas autoridades também aconselham evitar a partilha de alimentos, bebidas ou talheres durante as primeiras semanas da doença.

Tratamento
Não há cura médica para a mononucleose. Em regra, ela desaparece por si só.

Grande parte do tratamento centra-se em bastante descanso e ingestão de líquidos.

As bebidas frias, sobremesas geladas e gargarejar com água do mar pode ajudar a melhorar a dor de garganta leve.

Pode tomar-se ibuprofeno ou paracetamol para melhorar a febre e as dores no corpo.

É importante proteger o baço de rupturas. Evite actividades vigorosas, particularmente, desportos de contacto, durante, pelo menos, quatro semanas.

Prognóstico
A maioria dos doentes com mononucleose recupera completamente. Algumas pessoas com a doença desenvolvem amigdalite bacteriana secundária que necessita ser tratada com antibióticos.

Fonte: 
HMSPortugal
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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