Setor privado e taxas moderadoras

Ministra da Saúde garante que não vai transigir em relação aos negócios no setor

A ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu ontem que o Governo não está disposto a transigir relativamente aos negócios na saúde, "um setor que vale 10% do PIB".

No debate que decorreu no parlamento sobre a proposta do Governo e os projetos dos partidos para uma nova Lei de Bases da Saúde, Marta Temido respondia aos pedidos de esclarecimento dos deputados à sua intervenção inicial, concretamente às críticas do PSD.

"Senhor deputado Ricardo Baptista Leite [PSD], a necessidade não é um critério cego, mas este setor é um setor que vale 10% do PIB, que envolve muitos negócios e é relativamente aos negócios que não estamos dispostos a transigir", assegurou.

O deputado do PSD tinha feito várias críticas à proposta "pobre, equívoca e contraditória" do Governo, que "não contém um pensamento claro" e "ignora as realidades e os desafios que se colocam hoje aos portugueses".

"O Governo tentou agradar a deus e ao diabo e foi assim que cometeu o pecado original", acusou, perguntando se o executivo vai ceder "à extrema-esquerda" em relação ao papel dos setores privado e social e às taxas moderadoras.

Ricardo Baptista Leite afirmou que "a ideologia não dá saúde e que se saiba não cura nenhuma doença", perante um enorme burburinho na sala.

Antes, tinha sido a vez de a deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos garantir que o grupo parlamentar do PS se revê "convictamente na proposta de lei do Governo" e por isso "não vale a pena levantar fantasmas onde eles não existem".

Pelo BE, cujo projeto de lei não está em discussão, uma vez que já baixou à especialidade sem votação no ano passado, Moisés Ferreira defendeu que é necessária clarificação, já que "em qualquer proposta que venha a ser aprovada deve estar bem claro que o privado e o social devem ser complementares", para além da necessidade de se acabar com as taxas moderadoras.

Moisés Ferreira insistiu que a proposta do Governo "é dúbia", lançando o repto à ministra da saúde para saber se "o Governo está preparado para negociar a proposta e para a alterar".

O parlamento debateu quatro propostas para a nova Lei de Bases da Saúde, do Governo, do PCP, do PSD e do CDS-PP, havendo outra do Bloco de Esquerda que desceu à especialidade e não será discutida no plenário parlamentar.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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