Mil novos doentes por ano beneficiam de equipamento para radioterapia
Além da aquisição destes dois aceleradores lineares, que vai aumentar a capacidade da instituição na área da radioterapia, foi também inaugurada a nova unidade de tomografia por emissão de positrões (PET) do serviço de medicina nuclear.
O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa foi o primeiro hospital público a dispor de uma unidade PET, em 2003, a qual só agora foi actualizada com um aparelho PET-CT, que é a mais moderna nesta matéria.
Para a chefe do serviço de medicina nuclear, Lucília Salgado, a inauguração deste novo equipamento - de grande relevância a nível do diagnóstico e orientação da terapêutica - representa o “início de uma nova era”. “Maior acessibilidade, maior especificidade do diagnóstico, melhor serviço ao doente” foram algumas das vantagens enumeradas pela especialista.
Francisco Ramos, administrador do IPO de Lisboa, sublinhou a importância destes investimentos e sublinhou que esta renovação tecnológica foi acompanhada de obras de remodelação, com vista a proporcionar melhores condições para os doentes. “Estamos a falar de investimentos em alta tecnologia que são caros, embora ninguém duvide da sua importância”, disse.
A propósito da aquisição dos dois aceleradores lineares, que se juntarão aos quatro que a instituição dispõe, o administrador disse que estes deverão chegar no final do primeiro trimestre de 2015.
Com estes dois equipamentos, a resposta do IPO de Lisboa deverá corresponder à procura, que actualmente se situa em mais de 3 mil novos doentes por ano.
Os quatro aceleradores garantem resposta a 2 mil novos doentes por ano, devendo os outros dois proporcionar diagnósticos a mais mil novos doentes.
Francisco Ramos diz que esta aquisição é ainda de “grande importância” para “o equilíbrio financeiro” da instituição, já que a aquisição de serviços de radioterapia a entidades privadas agravava a despesa do IPO de Lisboa.
Paulo Macedo presente na cerimónia
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, esteve presente nesta cerimónia, destacando o facto do equipamento PET poder servir não só o IPO de Lisboa, mas também outras instituições, como o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN).
A nova PET "permite passar a capacidade de resposta de 1.500 exames por ano para 2500 exames ano, o que em si mesmo é importante", disse o ministro aos jornalistas.
Paulo Macedo enumerou ainda outros investimentos nesta unidade de saúde, como ao nível das enfermarias -- num total de 2,5 milhões de euros.
O ministro mostrou-se “orgulhoso” por estes investimentos serem feitos numa época de crise, mas sublinhou que a procura de uma resposta à doença oncológica vai continuar a aumentar e que os serviços têm de estar para isso preparados.
Confrontado pelos jornalistas sobre uma notícia divulgada pela rádio Antena 1, segundo a qual há cada vez mais grávidas a chegar com fome às urgências do Hospital Amadora-Sintra e bebés a não receberam alta porque as famílias não tem condições para os acolher, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, admitiu que há casos de pessoas a chegar aos hospitais em condições sociais “difíceis”, em consequência do “tempo difícil” que o país atravessa.