Microscopia de Campo Escuro: estudo da morfologia das células sanguíneas em sangue vivo
Através de uma análise rápida, simples e sem dor, é possível avaliar a morfologia do seu sangue e correlacionar com o seu estado de saúde e envelhecimento. As variações na quantidade e qualidade das células sanguínea, nas próprias células e de outros componentes do sangue, (incluindo micróbios) e sua morfologia, refletem alterações de um estado normal de saúde, fornecendo indicações sobre que fatores podem estar implicados na origem e/ou causa de problemas de saúde dos pacientes.
Entre 1970 e 1980, esta análise qualitativa do sangue, o exame microscópico de campo escuro foi considerado uma excelente ferramenta para identificação de microrganismos parasitários, como o agente da sífilis, Trepanema pallidum (1) e bactérias orais associadas a periodontite e abscessos (2),(3).
O campo escuro funciona com base na observação do objeto a partir de luz dispersa, sem luz direta no condensador do microscópio, produzindo-se um objeto brilhante contra um fundo preto. O olho humano é sensível apenas ao brilho e cor, por isso o campo escuro constitui uma mais valia por emitir uma imagem contra um campo que intensifica o contraste.
A avaliação sanguínea por microscopia de campo escuro é uma ponderosa ferramenta e bem aceite e bem fundamentada. O estudo da morfologia das células sanguíneas em sangue vivo, e outros elementos do sangue e a fisiologia do sangue vivo é fundamental para entender o início, a causa e progressão de doenças
Assim, MCESV é uma examinação ao microscópio do sangue vivo que permite observar os desvios da morfologia “normal” relativamente ao tamanho, tipo, forma, cor e atividade das células sanguíneas e correlacionar com e desequilibro bioquímicos doenças e estado de saúde. Alterações na qualidade do sangue permitem identificar toxicidade, químicos, microrganismo e funções fisiológicas.
Profissionais mais experientes conseguem através da análise do sangue avaliar o estado de saúde geral do paciente e estabelecer relação entre o que é identificado no sangue.
O impacto das terapias instituídas deve ser avaliado através de nova análise do sangue determinando as alterações obtidas na qualidade da amostra.
Como funciona?
• O sangue do paciente é colhido corretamente para uma lâmina de microscópio limpa e observado em Microscopia de Campo Escuro na presença do paciente;
• São observadas a morfologia, dimensão, forma, cor, depósitos de gordura e outros elementos existentes no sangue;
• Os desvios da morfologia “normal” são debatidos de acordo com as doenças já identificadas;
• Os protocolos de tratamentos são estabelecidos em linha com as observações efetuadas as suas indicações e o feed-back do paciente;
• Prescrever ao paciente um regime dietético e suplementos baseado nas observações efetuadas e no feed-back do paciente. O impacto destas medidas é avaliado em futuras avaliações do sangue vivo.
A Microscopia de Campo Escuro abriu caminho para novas teorias
O microscópio de sangue vivo em campo escuro (MCESV), é uma técnica usada e desenvolvida por vários pesquisadores ao longo dos anos, como Robert Bradford e Henry Allen, Hemaview, Dr. Michael Coyle. Vários outros cientistas como, Antoine Béchamp, Gaston Naessens, Günther Enderlein, Royal Raymond Rife, Emanuel Ravici e muitos outros, chegaram a conclusões muito diferentes sobre a causa da doença que ainda hoje são aceites ou desconhecidas, contrariando a teoria de Pasteur, que defendia o monomorfismo em que microrganismos são imutáveis e o terreno envolvente não interessava na sua origem. Para Pasteur, os microrganismos não alteram a sua morfologia, pressupondo um meio definido (infeção). Contrariamente, a teoria do Pleomorfismo, os microrganismos alteram a sua morfologia, para se adaptarem ao meio (simbiose).
Béchamp foi o primeiro a publicar dados sobre a microscopia de campo escuro com sangue vivo no seu livro “O Terceiro Composto do Sangue”. Segundo Béchamp, a célula não é a unidade mais pequena e básica de vida, mas sim pequenas partículas coloidais a que chamou microzimas, que vivem dentro das nossas células e que sob determinadas condições (TERRENO), podem evoluir para vírus, bactérias e mesmo organismos superiores (leveduras e fungos)
Enderlein, Naessens, Reich, prosseguiram o trabalho de Béchamp, para o qual contribuíram principalmente no que respeita a microrganismos. Hansen-Pruss, Hoekstra, Bradford, Coyle e outros também alargaram as descobertas de Béchamp, incidindo principalmente nas células e elementos sanguíneos.
Prof. Gunther Enderlein foi sem dúvida o grande impulsionador desta técnica. Este microbiologista - 1872 (Leipzig) – 1968 (Hamburgo), dedicou 65 anos da sua vida na investigação do ciclo de vida dos microrganismos, com base no estudo e observação do sangue vivo com ajuda do Microscópio de Campo Escuro “Darkfield”.Descoberta do ciclo de vida dos micróbios dentro do nosso organismo (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, tecidos, sangue e linfa) e o seu relacionamento com o aparecimento, desenvolvimento, e causa de numerosas doenças crónicas degenerativas.
O desenvolvimento desta técnica permitiu que Enderlein descobrisse que todas as células vivas contêm um certo tipo de microrganismos a que chamou de Endobionte.
Segundo Enderlein: “A doença é o desenvolvimento ascendente do endobionte para formas parasitárias de valência superior, com o seu próprio metabolismo que envenena o metabolismo do seu hospedeiro.” E, “As variações na quantidade de células sanguínea, nas próprias células (e de outros componentes do sangue, incluindo micróbios) e sua morfologia, refletem alterações de um estado normal de saúde, fornecendo indicações sobre que fatores podem estar implicados na origem e causa de problemas de saúde dos pacientes.”
Eis alguns dos dados científicos que Enderlein nos deixou:
1. A célula não é a mais pequena forma de vida, mas sim o Protite (fase mais primitiva dos
Microrganismos.)
2. A prova científica da capacidade pleomórfica dos microrganismos.
3. O sangue não é estéril mas parasitado por outras formas de vida.
4. Microrganismos apatogénicos podem transformar-se em patogénicos quando são forçados a evoluir dentro do seu ciclo biológico, devido a alterações (pH) no ambiente onde vivem (terreno).
5. A prova que microrganismos simples em evoluir dentro do seu ciclo biológico para formas mais complexas, como é o caso de bactérias e fungos.
6. Doença no homem, significa perda de simbiose ou distúrbios simbióticos em relação à flora microbiana que habita nas suas células.
7. Microorganismos patogénicos podem reverter a sua evolução patogénica, invertendo o seu ciclo biológico e retornando às suas fases primitivas apatogénicas.
O desenvolvimento do Endobionte foi designado por Enderlein, como um “monstro de várias cabeças”. O seu desenvolvimento patológico pode seguir diversos caminhos, designados por eixos patológicos, originando e criando quadros clínicos múltiplos associados a diferentes doenças: tumores, doenças cardiovasculares, autoimunes, diabetes, doenças crónicas das vias respiratórias e tracto gastrointestinal.
O tempo tem vindo a dar razão a Enderlein, senão vejamos:
• As drogas “maravilhosas”, nomeadamente os antibióticos e Estatinas, têm vindo a revelar a sua fraca eficácia terapêutica e efeitos indesejados.
• A tuberculose está de volta.
• Os microrganismos têm vindo a evoluir e a ganhar resistência aos antibióticos. Candidíases.
• Os efeitos tóxicos dos antibióticos sobre o fígado e intestinos.
• As defesas dos seres humanos cada vez mais debilitadas.
• Aparecimento de novas doenças infeciosas (Sida, Ébola).
• Continua a não existir uma causa para doenças crónicas degenerativas como:
cancro e autoimunes
O que mudou nos últimos 50 anos
A medicina mudou nos últimos 50 anos, o que justifica também uma mudança na abordagem aos tratamentos:
• Atualmente a capacidade de “Regulação” orgânica diminuiu.
• Atualmente os paciente têm as funções intestinal e imunitária diminuídas.
• A capacidade de reconstrução celular decresceu significativamente.
Esta mudança justifica também uma alteração na abordagem aos tratamentos:
Uma terapia eficaz tem que obrigatoriamente incluir várias fases de tratamento:
• Desintoxicação e restauração da regulação orgânica.
• Normalização da função intestinal e imunitária.
• Regeneração e reconstrução celular e tecidular
Assim como a abordagem deve ser totalmente diferente relativamente às Doenças crónicas:
• As doenças são cada vez mais crónicas
• As doenças são cada vez mais, causadas por toxicidade e por efeitos secundários dos diversos medicamentos prescritos (Antibióticos, Estatinas, etc.) o que destrói a flora intestinal.
• As doenças são cada vez mais de origem viral ou por deficiências nutricionais
• Assistimos ao aumento na incidência de doenças oncológicas e neurológicas
(1) Creighton, E.T. (1978) U.S. Dept Health and Human Services, Venereal Disease
(2) Offenbacher, S et al (1988) J Clin Periodontol 15, 53.
(3) Spivak (1982) Arch Intern Med 142, 2111