Menino britânico com tumor vai receber tratamento
Em Espanha, a polícia libertou na terça-feira os pais do menino de cinco anos, depois de estes terem sido detidos no país, no âmbito de um mandado de captura por terem levado o filho do Hospital Universitário de Southampton sem o consentimento dos médicos, devido a dúvidas quanto ao tratamento que lhe estava a ser ministrado.
Outro filho do casal, Daniel King, disse à estação televisiva BBC que na terça-feira tinha visto o irmão, que agora está a ser tratado num hospital em Málaga, no sul de Espanha, e que este está fisicamente “bem” mas “emocionalmente muito confuso”.
Daniel King confirmou também que Ashya deverá viajar para o Centro de Terapia de Protões, em Praga, para receber tratamento especializado que não está disponível na Grã-Bretanha.
“A razão pela qual escolhemos Praga é por ser a melhor solução na Europa e também mais barata do que ir aos Estados Unidos”, explicou.
A avó Patricia King acrescentou que Ashya não conseguiria aguentar a pressão a bordo num voo de longo curso.
Brett King, de 51 anos, retirou o seu filho do hospital do sul de Inglaterra na semana passada, depois de ter denunciado que os médicos tinham impedido as suas tentativas de levar Ashya para o estrangeiro para fazer terapia com radiação de protões.
O pai do menino acusou igualmente os médicos de ameaçarem que pediriam uma providência cautelar e afastariam dele a criança se ele interferisse no plano de tratamento em curso.
O centro checo de Terapia de Protões indicou hoje que Gary Nicolin, um oncologista pediátrico consultor no hospital britânico, lhe enviou os relatórios clínicos completos de Ashya e que a terapia de protões é um método de tratamento adequado à sua doença, mas que ele terá primeiro de regressar a Inglaterra para se submeter a dois ciclos de quimioterapia.
“Ashya irá à República Checa para receber terapia de protões”, afirmou Jiri Kubes, director do serviço de terapia de protões daquele centro de Praga.
Este caso desencadeou a indignação geral no Reino Unido, onde cerca de 130.000 pessoas assinaram uma petição apelando para que o menino fosse entregue aos pais.
A avó Patricia King argumentou que o mandado de captura não deveria sequer ter sido emitido e acusou a polícia de Hampshire e o Hospital Geral de Southampton de se dedicarem a “mentiras e, depois, recuos”.
O ministério público britânico tinha declarado que os pais da criança eram suspeitos de “crueldade”, mas o Serviço de Acusação da Coroa Britânica disse na terça-feira que ia retirar o mandado de prisão, uma vez que Ashya tinha sido submetido a tratamento adequado.