O mais grave cancro de pele

Melanoma

Atualizado: 
18/01/2019 - 15:58
O melanoma é o tipo de cancro da pele mais grave. A excessiva exposição solar é o principal factor de risco.
Melanoma

O melanoma é o tipo de cancro da pele mais grave. Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 700 novos casos de melanoma maligno.

Tem início nas células da pele, os melanócitos. Os melanócitos produzem melanina, o pigmento que dá à pele a sua cor natural. Quando a pele é exposta ao sol, os melanócitos produzem mais pigmento, fazendo com que a pele bronzeie, ou seja, escureça. Por vezes, surgem umas proeminências de grupos de melanócitos e de tecido circundante, chamados sinais. Os sinais são muito comuns. A maioria das pessoas tem 10 a 40 sinais. Os sinais podem ser rosados, castanhos-claros ou escuros, ou de uma cor muito parecida com o tom normal da pele. As pessoas de pele escura tendem a ter sinais escuros.

A pele é o maior órgão do corpo: protege-o do calor, da luz do sol, de feridas e de infecções. Ajuda a regular a temperatura corporal, armazena água e gordura, e produz vitamina D. É constituída por duas camadas principais: a epiderme (exterior) e a derme (interior). A derme contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos, folículos pilosos e glândulas. Algumas destas glândulas produzem suor, que ajuda a regular a temperatura do organismo. Outras glândulas produzem sebo, uma substância oleosa que contribui para que a pele não seque. O suor e o sebo atingem a superfície da pele, através de pequenas aberturas: poros.

O melanoma inicia-se como uma lesão escura que aumenta de tamanho em extensão e/ou profundidade, com alteração das suas cores originais, surgem pontos pigmentados ao redor da lesão inicial, ulceração (formação de ferida), sangramento ou sintomas como comichão ou inflamação.

Trata-se de um tumor de muito mau prognóstico devido ao alto potencial de produzir metástases. Pode surgir em áreas de pele não exposta ao sol porém, o maior número de lesões aparece nas áreas de pele que ficam, ou foram, expostas à radiação solar. Nos homens, o melanoma encontra-se, muitas vezes, no tronco (zona entre os ombros e as ancas), ou na cabeça e pescoço. Nas mulheres, desenvolve-se muitas vezes na zona inferior das pernas.

É mais frequente em pessoas de pele clara, por isso, a ocorrência de melanoma na raça negra e noutras raças com pele escura é rara. A probabilidade de desenvolver melanoma aumenta com a idade, embora a doença afecte pessoas de todas as idades.

Uma pessoa que já tenha tido um melanoma, tem um risco aumentado de voltar a ter a doença.

Sintomas
Muitas vezes, o primeiro sinal de melanoma é uma alteração no tamanho, forma, cor ou textura de um sinal existente. A maioria dos melanomas apresenta uma zona preta ou preta-azulada, no entanto, também pode surgir como um novo sinal de cor preta, anómalo ou com "mau aspecto".

Num melanoma mais avançado, a textura do sinal pode modificar-se: pode tornar-se duro ou com protuberâncias. O melanoma pode ter uma aparência diferente de um sinal comum. Os tumores mais avançados podem fazer comichão, exsudar ou sangrar. Regra geral, o melanoma não provoca dor.

Para ajudar a lembrar o que deve ser vigiado foi criada a nomenclatura “ABCD”.

A - Assimetria - formato irregular

B - Bordos - as margens externas são geralmente irregulares

C - Cor - a cor é desigual; pode apresentar diferentes tonalidades de cor

D - Diâmetro - existe uma alteração no tamanho, que geralmente aumenta. Os melanomas são, por norma, maiores do que 6 milímetros.

De salientar que muitos dos casos apresentam todas as características “ABCD”, outros podem apresentar alterações ou anomalias em apenas uma ou duas das características da regra "ABCD".

Uma pessoa em risco de ter melanoma deve observar cuidadosa e regularmente a sua pele e deverá fazer exames clínicos regulares à pele.

Diagnóstico
Se suspeitar de alguma mancha ou sinal na pele deve consultar um dermatologista que examinará cuidadosamente a pele.

Pode ser também necessário fazer uma biopsia. A biopsia é a única forma de fazer um diagnóstico definitivo.

Tratamento
Para cada caso de melanoma, o médico irá desenvolver um plano de tratamentos que vá de encontro às necessidades específicas de cada pessoa. O tratamento do melanoma depende, principalmente, do estadio da doença, da idade e do estado de saúde geral da pessoa, entre outros factores. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para a cura.

Certamente que o médico falará consigo sobre as possíveis escolhas de tratamento e resultados esperados, tendo em consideração os benefícios esperados e possíveis efeitos secundários de cada opção.

Um doente de melanoma pode fazer cirurgia, quimioterapia, terapêutica biológica ou radioterapia. Os tratamentos podem ser feitos em associação. Em qualquer estadio do melanoma, podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

Fonte: 
dermatologia.net
Roche
Euromelanoma
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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