Médicos do Mundo promove petição pelo acesso ao aborto seguro
De acordo com a nota da organização não-governamental de ajuda humanitária e cooperação para o desenvolvimento, a interrupção da gravidez sem condições de segurança provoca anualmente incapacidades a 8 milhões de mulheres em todo o mundo. “Mais de 20 milhões de mulheres em todo o mundo interrompem a gravidez sem condições de segurança devido ao aborto ser ilegal nos seus países”, referiu o comunicado.
“Apesar dos chefes de Estado e de Governo terem acordado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada em 1994, no Cairo, no acesso universal ao planeamento familiar e a serviços de saúde sexual e reprodutiva, igualdade de género, empoderamento das mulheres e igualdade de acesso à educação, passados 20 anos o aborto sem condições de segurança mata uma mulher a cada 10 minutos”, referiu ainda a ONG.
No dia 22 de Setembro, em Nova Iorque, será discutida a continuação do programa de acção acordado na capital egípcia durante uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU.
“Neste contexto, a petição agora lançada junto da classe médica apela a todos os Estados para que tomem as medidas necessárias à eliminação das barreiras que impedem as mulheres de escolher livremente ter ou não filhos, à melhoria do acesso a métodos contraceptivos modernos e à legalização da interrupção médica da gravidez”, indicou o documento.
A iniciativa da Médicos do Mundo insere-se na campanha internacional “Names not Numbers”, que a organização lançou por ocasião do Dia Internacional da Mulher (08 de Março), e que defende o acesso universal à contracepção e ao aborto seguro e legalizado.
O texto da petição, que está disponível no sítio electrónico da Médicos do Mundo (www.medicosdomundo.pt), pode ser subscrito enviando o primeiro e último nome, assim como indicação da especialidade médica, para comunicaçã[email protected].
Através do portal www.names-not-numbers.org, de acordo a ONG, outras pessoas poderão participar enviando um postal com o nome de uma das vítimas a Ban Ki-moon, o secretário-geral das Nações Unidas, ou partilhando o mesmo nas redes sociais.