Medicamentos e álcool
A avaliação destas interacções não é linear e, de facto, para um determinado indivíduo, os efeitos da interacção entre o álcool e os fármacos podem ser impossíveis de prever a partir da literatura, contribuindo para isso a forma como o álcool é consumido, nomeadamente: a natureza variável do consumo, que pode ir da bebida ocasional ao abuso de álcool; o facto de a maior parte dos estudos que investigam estas interacções não reflectirem a forma habitual pela qual o álcool é consumido e as grandes diferenças inter e intra individuais relativas à absorção do álcool.
Também a idade, o sexo e os factores genéticos poderão influenciar o risco de ocorrência de reacções adversas relacionadas com as interacções entre o álcool e os fármacos.
Os idosos estão mais vulneráveis à ocorrência de interacções clinicamente significativas, como resultado da sua polimedicação, das múltiplas patologias, da reduzida resposta homeostática, da redução da função renal e, por vezes, da função hepática e da alteração da resposta farmacodinâmica.
As mulheres têm um risco acrescido de ocorrência destas interacções devido a um metabolismo mais reduzido, ao baixo teor de água corporal total e à maior percentagem de gordura corporal comparativamente ao homem. Um risco acrescido de interacções é também observado nos asiáticos, devido à reduzida actividade quer da aldeído desidrogenase, quer das iso enzimas implicadas no metabolismo de fármacos tais como os anti depressores e os anti psicóticos.
Estão descritos dois tipos de interacções entre o álcool e fármacos: as interacções farmacocinéticas e as interacções farmacodinâmicas, que podem resultar num aumento do efeito do álcool e numa redução ou aumento da eficácia dos fármacos, ou mesmo num aumento dos seus efeitos secundários.