Estudo internacional

Medicamento para colesterol vitamina B3 aumenta risco de morte

Um estudo internacional revela que a niacina (vitamina do complexo B usada no tratamento do colesterol) não reduz o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, aumenta, pelo contrário, o risco de morte.

De acordo com um editorial no New England Journal of Medicine, publicado com os resultados do ensaio clínico realizados, a maioria das pessoas não devia tomar este suplemento amplamente utilizado, também conhecido como vitamina B3.

A niacina ganhou popularidade nos últimos 50 anos e actua essencialmente em levantar os níveis do “bom colesterol” HDL. No entanto, o estudo de quatro anos, em pessoas com idades entre os 50 e os 80 anos e com colesterol elevado, não encontrou nenhum benefício nas taxas de ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais mas aumentou o risco de outras complicações graves, segundo a conclusão do estudo visível na página online do New England Journal of Medicine.

O estudo incluiu 25673 pessoas que já tomavam medicação para reduzir o colesterol.

A alguns foi-lhes prescrito também niacina como fármaco de libertação prolongada, enquanto a outros doentes foram, aleatoriamente, administrados placebos.

A niacina “foi associada a um aumento tendencial da morte”, disseram os cientistas, acrescentando que está também associada a “significativos aumentos de efeitos secundários graves: problemas de fígado, excesso de infecções, excesso de sangramento, gota, perda do controlo do açúcar no sangue de diabéticos e o desenvolvimento de diabetes em pessoas que tinham a doença quando o estudo começou”.

Donald Lloyd-Jones, responsável pela Medicina Preventiva na Northwestern University Feinberg School of Medicine e no hospital Northwestern Memorial, disse que 9% do aumento do risco de morte entre os utilizadores de niacina - que os cientistas consideram elevado - significa que os benefícios são ofuscados.

“Pode haver uma morte por cada 200 pessoas a quem prescrevemos a niacina”, vincou Lloyd-Jones, que escreveu o editorial no jornal. “Com este tipo de resultado, esta é uma terapia inaceitável para a maioria dos doentes”, concluiu.

Fonte: 
Jornal de Notícias Online
Nota: 
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