Estudo

Maus hábitos alimentares dos avós “influenciam negativamente” a saúde dos netos

É do conhecimento geral que a grande maioria dos avós “estraga” os netos com mimos. Guloseimas, chocolates, pastilhas…quase tudo é permitido. E, sendo Portugal um dos países nos quais os avós passam mais tempo com os netos durante o dia e após a escola, quando não há um cuidado de manutenção dos hábitos saudáveis incutidos pelos pais, esta relação diária entre os pequenos e os “segundos pais” pode trazer alguns riscos para a saúde dos mais novos.

Um estudo sueco, publicado na revista Journal of Human Genetics, vai ainda mais longe e acaba de revelar que os maus hábitos alimentares dos idosos durante a sua adolescência têm uma influência muito grande na saúde dos seus netos, escreve o Diário Digital. O dado mais surpreendente deste estudo revela que os netos de homens que tiveram uma alimentação “farta” durante a juventude apresentam quatro vezes mais hipóteses de vir a morrer de diabetes.

“Este estudo vem reforçar algo que já tinha sido constatado: os maus hábitos alimentares na infância podem ser um fator potenciador do aparecimento da diabetes ao longo da vida. Hoje em dia, fala-se muito da promoção de um estilo de vida saudável mas, até há poucos anos atrás, não havia tanta sensibilização para a prática de exercício físico e para a redução do consumo de açúcar, fatores que hoje sabemos prevenirem o aparecimento de doenças como a diabetes”, segundo Isabel Manita, endocrinologista do Hospital Garcia da Horta.

“Por não estarem tão sensibilizados e considerarem que ‘se saíram bem’, a população mais velha atual acaba por transmitir os seus hábitos menos saudáveis para os netos. Quantas vezes ouvimos os avós a insistir para as crianças comerem mais, e a comentar que estão muito magrinhas? Isto acontece porque, para os mais velhos, as crianças gordinhas são as mais ‘rijas’, e porque consideram que as restrições alimentares impostas pelos pais às crianças são exageradas. A realidade é que, apesar da esperança média de vida ter aumentado, cerca de 20% da população portuguesa com diabetes tem idade superior a 65 anos, o que demonstra que os hábitos alimentares ao longo da vida não foram os mais adequados”, acrescenta a endocrinologista.

As conclusões deste estudo vêm também fortalecer a sondagem divulgada pela Marktest este ano - “O que sabem os portugueses sobre a diabetes”, na qual apenas 6,4% dos inquiridos afirmou ter conhecimento da importância do controlo do peso, e apenas 1,6% dos 800 inquiridos admitiu que ter um estilo de vida saudável era uma forma de prevenção da doença.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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