Marcha em protesto contra medidas do Governo na Saúde
A acção, promovida pela Plataforma Lisboa Em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, começou com uma concentração em frente ao Hospital Curry Cabral, passava pouco das 17:00. Daí, os manifestantes, entre profissionais de saúde e utentes, marcharam durante cerca de 30 minutos até à porta do Ministério da Saúde.
Durante a marcha, de cerca de um quilómetro, os manifestantes pediram a demissão do ministro da Saúde, Paulo Macedo, e asseguraram que vão continuar a lutar em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"A política do Governo mata!" e "Direito à saúde e igualdade" eram algumas das inscrições que constavam dos cartazes levados por utentes.
Maria Rosa Carvalho, utente em Queluz, juntou-se ao protesto por considerar que o estado em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde é chocante.
"Nos hospitais é o que se vê, com pessoas horas e horas à espera de serem atendidas, os médicos a trabalhar horas e horas de forma indecente, bem como os enfermeiros. Peço a Deus e a todos os santinhos que não me aconteça nada para que não tenha de ir parar ao hospital", disse.
Também José Guerreiro não quis faltar ao protesto por "haver pessoas a morrer nas urgências".
"Eu não consigo perceber como se chegou a este estado. O dinheiro não ardeu nem foi pelo rio abaixo. Então o que fizeram ao dinheiro? Este ministro é um sonsinho e não presta para nada. Já se devia ter ido embora há muito tempo", afirmou.
A porta-voz da Plataforma Lisboa Em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, Ana Amaral, disse que o objectivo deste protesto é "novamente dizer ao senhor ministro que as políticas que têm sido desenvolvidas neste últimos anos estão a criar cada vez mais situações difíceis, quer para utentes, quer para trabalhadores do SNS".
A representante acrescentou que a "situação caótica" que se tem verificado nas urgências dos hospitais é "responsabilidade do desinvestimento na Saúde e das políticas do Governo".
Para Célia Portela, da União dos Sindicatos de Lisboa, que integra também a Plataforma, "a falta de profissionais de saúde está a levar à exaustão de outros profissionais, que não têm condições de trabalho dignas".
Da Plataforma Lisboa Em Defesa do Serviço Nacional de Saúde, criada contra o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, fazem ainda parte representantes da Comissão de Utentes da cidade de Lisboa, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Movimento Democrático das Mulheres, o Inter-Reformados (CGTP-IN), o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul e a União dos Sindicatos de Lisboa.