Mais voz, mais vida
A voz é o instrumento que nos permite comunicar com os outros, permitindo-nos expressar as nossas emoções na nossa vida de relação. É elemento fundamental na maioria das profissões como por exemplo os professores, actores, cantores, locutores, mas também recepcionistas, operadores de telemarketing, profissionais de saúde, jornalistas e tantas outras.
Como é gerada a voz?
A voz é produzida na laringe pela vibração das cordas vocais durante a expiração do ar contido nos pulmões. Essa vibração ressoa na faringe, fossas nasais e boca, sendo articulada na boca com a ajuda da lingua, permitindo este conjunto de acções a produção da infindável variedade de sons que conseguimos emitir.
As cordas vocais são duas e abrem durante a respiração, fechando e vibrando durante a produção de som. O seu bordo é muito liso e regular; qualquer inflamação ou irregularidade como quistos, nódulos, pólipos ou tumores gera um som diferente do habitual, sendo percebido como rouquidão.
Alterações a outros níveis podem também mudar a qualidade da voz, como sejam a obstrução nasal ou os problemas respiratórios de origem pulmonar.
Quais são os principais inimigos da voz?
Muitos dos problemas que podem ocorrer com a nossa voz são gerados por nós próprios, seja por consumos de substâncias nocivas, seja por mau uso ou abuso da voz. As substâncias mais frequentemente envolvidas são o tabaco e o álcool, sendo a sua associação particularmente nociva e potencialmente geradora de lesões malignas. Os irritantes químicos e infecções laríngeas são outros dos inimigos da nossa voz. O mau uso e abuso vocal – gritar, falar alto, tossir, pigarrear – são das situações mais frequentes que afectam muitos de nós, particularmente nalgumas profissões das quais o melhor exemplo são os professores.
Sinais de Alarme
Quais são os sinais a que devemos estar atentos e que nos levem a pensar que podemos estar a desenvolver um problema na voz? A presença de uma rouquidão persistente, sensação de esforço ao falar, cansaço ao falar, falhas ou perdas de voz, dor ou ardor na garganta, pigarreio frequente, dificuldade a engolir.
Mas note-se que, apesar destes serem sinais de alarme e que nos devem levar a procurar um otorrinolaringologista se persistirem por um período superior a duas semanas, não são necessariamente indicadores de doença grave.
Então que cuidados devemos ter com a nossa voz?
- Falar baixo, de forma pausada, respirando de modo adequado;
- Fazer exercícios de aquecimento vocal – como inspirar enchendo os pulmões de ar e expandindo o diafragma – quando sabe que vai falar durante um longo período de tempo;
- Beba água regularmente – 7 ou 8 copos de água por dia em pequenos golos - . Se estiver em ambientes com ar condicionado, reforce a hidratação;
- Não se automedique: existem fármacos como anti-histamínicos, diuréticos, descongestionantes nasais, antidepressivos, que podem afectar a voz;
- Não ingira bebidas demasiado quentes ou frias e evite bebidas alcoólicas ou com cafeína; Evite alimentos demasiado condimentados ou gordurosos, derivados do leite e achocolatados pois podem causar azia, digestão difícil e refluxo com inflamação laríngea;
- Durma entre 7 a 8 horas por dia, pratique exercício físico e não fume;
- Evite usar roupas apertadas na zona do pescoço e da cintura, já que limitam os movimentos para a respiração e a fonação.