Mais depressão e infecções? A culpa é da austeridade
A saúde dos portugueses está cada vez mais fragilizada, verificando-se, nomeadamente, o aumento de infecções ou depressões devido às políticas de austeridade que entraram em Portugal há três anos, dá conta o Jornal de Notícias.
O estudo ‘O impacto da crise financeira no sistema de saúde e na saúde em Portugal’, realizado pela Organização Mundial de Saúde e o Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde em 2013, explica que o ajustamento financeiro se tem vindo a sobrepor ao bem-estar das populações.
“Dizer que o programa de ajustamento teve efeitos muito negativos na saúde das pessoas é assumir o fracasso”, afirma um dos autores do estudo, Constantino Sakellarides.
Embora o Governo rejeite esta ideia, os dados mostram a degradação quer da saúde dos portugueses, quer do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A crise nas urgências, com as longas esperas e morte de doentes que aguardavam atendimento, é um sinal desta degradação.
Também a depressão é um exemplo paradigmático de como os sucessivos alertas foram ignorados. O primeiro surgiu em 2012, mas nada foi feito entretanto. “Seria de esperar que as autoridades do país estudassem o assunto e tomassem medidas, mas nada foi feito”, critica o investigador. Sabe-se agora que a depressão aumentou em 2014, em todas as regiões.
A crise e as medidas de austeridade trouxeram também o aumento de infecções, principalmente respiratórias, em virtude do empobrecimento das crianças e na degradação das condições de vida dos idosos. “É preciso colocar a saúde no centro da agenda política e acelerar a transição para um modelo de equilíbrio entre políticas financeiras, económicas e sociais”, acrescenta Sakellarides.