Mais de metade das pessoas com diabetes tipo 1 realiza os cálculos da dose de insulina rápida com pouca precisão
A determinação da dose de insulina rápida implica o recurso a cálculos matemáticos, e não é uma tarefa simples devido aos inúmeros fatores que é necessário ter em conta. Para além da contabilização da quantidade de hidratos de carbono ingeridos na refeição, devem ser considerados outros fatores, como, o valor alvo da glicemia, a sensibilidade à insulina, o rácio de insulina/hidratos de carbono, a eventual prática de atividade física e estado geral de saúde. O objetivo é garantir que o valor de glicemia após a refeição se situa num nível adequado a cada pessoa.
Esta complexidade leva frequentemente as pessoas com diabetes tipo 1 a recorrer a estimativas empíricas para calcular a dose de insulina rápida. Alternativamente podem acabar por adotar uma dieta pouco flexível com refeições muito semelhantes de forma a manter a mesma dose de insulina rápida para cada refeição.
A solução pode passar pela utilização de calculadores de insulina rápida. Estes equipamentos facilitam a gestão da diabetes ajudando na precisão dos cálculos e têm em conta todos os fatores que dificultam o cálculo manual.
Segundo a enfermeira Marina Dingle da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, “os avanços tecnológicos têm permitido a criação de equipamentos que podem facilitar a gestão do dia-a-dia das pessoas com diabetes tipo 1, prevenindo e diminuindo o aparecimento de hipoglicemias e hiperglicemias e assim permitindo melhorar a sua qualidade de vida e um melhor controlo da sua diabetes”.
De acordo com o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes 2014, estima-se que existam em Portugal cerca 60.000 pessoas com diabetes tipo 1, aproximadamente 3.000 com idades compreendidas entre os 0 e os 19 anos.
A diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticada em crianças e jovens adultos, embora possa manifestar-se em qualquer idade. A doença ocorre quando o sistema imunitário destrói as células que produzem insulina e o pâncreas deixa de produzir esta hormona. Para simular o funcionamento do pâncreas, as pessoas com diabetes tipo 1 devem realizar um tratamento diário com várias doses de insulina.
Além do tratamento diário com insulina, as pessoas com diabetes tipo 1 devem gerir a diabetes com a adoção de um plano alimentar saudável e a prática de atividade física de forma regular.