Mais cirurgias mas mais tempo de espera
Segundo o relatório da actividade cirúrgica programada do 1.º semestre de 2014, havia mais de 179 mil utentes à espera de uma operação a 30 de Junho deste ano, com uma mediana de tempo de espera de três meses.
O número de utentes a aguardar cirurgia aumentou 6,7% face ao período homólogo, mas em comparação com o final do ano de 2013 deu-se uma subida de apenas 1,9%.
O número de operados nos primeiros seis meses de 2014 foi de 286.426, mais 1,6%, o que leva a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a destacar que se registou “um aumento no acesso à actividade cirúrgica”.
“O aumento do número de inscritos é um indicador da resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos doentes que procuram cuidados. A região Norte foi a que mais cresceu em número de entradas. A especialidade de oftalmologia foi a que registou o maior número de entradas”, resume a ACSS.
Quanto aos doentes em lista de espera que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido para a operação situam-se, neste primeiro semestre em análise, nos 11,7%, a menor percentagem desde 2006.
Tempo de espera para cirurgias oncológicas desce mais de 12% no 1.º semestre
O tempo de espera para cirurgias a doentes com cancro desceu mais de 12% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o período homólogo do ano anterior, com uma mediana de espera de 21 dias.
De acordo com o mesmo relatório houve uma “melhoria significativa” da actividade cirúrgica na área oncológica. O número de doentes operados cresceu 2% (mais 457 utentes do que no mesmo período de 2013), enquanto se reduziu a mediana de tempo dos doentes em espera, bem como o número de pessoas que aguardam mais do que o tempo recomendado.
Ainda assim, quase 20% dos doentes a aguardar cirurgia a neoplasias malignas esperaram mais do que o tempo máximo de resposta garantido (TMRG).
Em comparação com o primeiro semestre de 2013, desceu 11,9% o número de inscritos para cirurgia oncológica que aguardaram mais do que o tempo máximo estabelecido.
As doenças malignas da próstata e da bexiga, da cabeça e do pescoço são as que mais ultrapassam o TMRG, com valores que andam entre os 21% e os 28% de utentes.
O cancro maligno de pele foi a área oncológica que no primeiro semestre deste ano maior produção cirúrgica teve, com 6.107 doentes operados.
As áreas com maior crescimento de actividade cirúrgica foram as do cancro da cabeça e pescoço e as do cólon e recto.
Já este ano o Ministério da Saúde tinha anunciado que iria apertar o controlo dos doentes oncológicos em espera para cirurgia, exigindo dos directores clínicos justificação para os tempos máximos ultrapassados e encaminhando para a inspecção da saúde os casos sem justificação “razoável”.
Esta foi definida como uma das prioridades para fazer face ao aumento do número de doentes oncológicos e respectivo aumento da actividade clínica nesta área em 2013.