A maior parte dos adolescentes não usa os cheques-dentista
Este alargamento dos cheques-dentista aos adolescentes é recente e limitado - só os jovens que aos 13 anos beneficiaram do programa de saúde oral têm a possibilidade de voltar a utilizar os vales aos 16 e aos 18 anos - e será isso que justifica a baixa taxa de utilização, escreve o jornal Público. Mas há uma explicação suplementar, segundo o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva. “Há outra condicionante, que é o facto de, em ambos os grupos, os cheques terem de ser emitidos pelos centros de saúde, a pedido do interessado ou por iniciativa do médico de família. Como este alargamento do programa a estes dois grupos etários tem sido pouco divulgado, ainda são poucos os utilizadores”.
Caso de sucesso com grávidas, idosos e crianças
De resto, o programa do cheque-dentista está a ser um caso de sucesso. Começou com as grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde e os idosos beneficiários do complemento solidário, estendeu-se às crianças em 2009, para incluir os utentes infetados com o vírus VIH/sida em 2010. Há dois anos passou a incluir intervenções precoces em casos de risco de cancro oral e, mais tarde, abrangeu os adolescentes, primeiro os de 16 anos e, este ano, os de 18 anos.
Entre Janeiro e final de Setembro, mais de 227 mil pessoas utilizaram estes vales, uma taxa de utilização da ordem dos 83%, face aos 76% registados no ano anterior. São as crianças e jovens de 7, 10 e 13 anos que mais usufruem desta possibilidade (92% do total).