Macau vai precisar de 2.640 profissionais de saúde nos próximos cinco anos
“Está previsto que serão necessários nos próximos cinco anos cerca de 480 médicos, 1.700 enfermeiros, 120 farmacêuticos, 200 técnicos superiores de saúde, 140 técnicos de diagnóstico e terapêutica, num total de 2.640 profissionais de saúde”, afirmou Alexis Tam na Assembleia Legislativa.
Além disso, referiu que o recrutamento previsto para este ano de 529 trabalhadores, incluindo profissionais de saúde (70%) e administrativos, já foi iniciado.
Segundo Alexis Tam, em 2014, os Serviços de Saúde tinham mais de 3.400 trabalhadores, ou mais 7,8% em relação a 2013, com cerca de 460 médicos e 1.200 enfermeiros.
O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura respondia ao deputado Zheng Anting, reconhecendo que “há insuficiência de recursos humanos no hospital público” e que perante o aumento da população – (no final de março estimada em 640.700 pessoas) – e visitantes (31,5 milhões em 2014) – havia “necessidade de continuar a contratar” pessoal médico.
Alexis Tam prometeu em dezembro, aquando da sua tomada de posse, fazer dos próximos cinco anos “a era mais brilhante da saúde” em Macau.
Em janeiro deste ano, o governo lançou subsídios para grupos de utentes poderem aceder a serviços médicos em instituições privadas e uma aplicação de telemóvel para permitir saber o número de pessoas à espera de consulta médica, com vista a aliviar a pressão nos serviços de urgência, do Hospital Conde de S. Januário (público).
Mas a utilidade desta aplicação foi questionada pelo deputado Zheng Anting, que apontou que a mesma só mostra quantas pessoas estão à espera e não quantos médicos estão de serviço.
“Com um período de espera superior a duas horas e meia, podemos ficar a saber que a situação da falta de médicos é grave”, afirmou.
Alexis Tam disse que em junho será implementado um programa piloto nos serviços de fisioterapia, ortopedia e cardiologia com vista a aumentar o horário das consultas diariamente.
O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura reiterou ainda a “posição firme” do Governo quanto à revisão da lei do tabaco, mantendo junho como o prazo para apresentar uma proposta à Assembleia Legislativa. “Creio que somos capazes de ter o trabalho concluído no primeiro semestre do corrente ano”, afirmou.
Vários deputados mostraram-se preocupados com a intenção do Executivo de impor a proibição total de fumar nos casinos, chamando a atenção para o impacto económico da medida, numa altura em que o setor regista uma diminuição nas receitas brutas há 11 meses consecutivos.
O deputado Chan Chak Mo defendeu que os “jogadores têm de ter um bom ambiente para jogar”.
“Será que isto vai contribuir para nova queda? (…) Acabar com o tabaco nos casinos é uma questão importante porque vai causar grande impacto à economia de Macau. Por exemplo, no aeroporto é permitido fumar e muitos trabalhadores (dos casinos) também fumam. Qual é a lógica?”, questionou.
O deputado Cheang Chi Keong também quis saber porque é que no futuro os casinos não podem ter salas de fumo com boa ventiliação: “O aeroporto também tem salas de fumo. Nos quartos de hotel também se pode fumar. Porque é que vamos proibir totalmente nos casinos?”
Alexis Tam disse que a situação tinha sido estudada e que “os fumadores têm toda a liberdade de fumar, mas os que não fumam também têm os seus direitos”.