Conheça os factores de risco

Lesões músculo-esqueléticas

Atualizado: 
16/05/2019 - 13:08
As lesões de origem músculo-esquelética (músculos e articulações), principalmente traumáticas ou de início súbito, têm melhor prognóstico quando a intervenção ocorre na fase aguda.
Lesões músculo-esqueléticas

As lesões músculo-esqueléticas são o problema relacionado com o trabalho, mais comum na Europa. Perto de 24% dos trabalhadores da UE dizem sofrer de lombalgias e 22% queixam-se de dores musculares.

Quando falamos de lesões músculo-esqueléticas, referimo-nos a afecções que podem afectar os músculos, as articulações, os tendões, os ligamentos, os nervos, os ossos e doenças localizadas do aparelho circulatório.

As lesões músculo-esqueléticas não só causam sofrimento e perdas de rendimento a nível pessoal, como também têm custos para as empresas e as economias nacionais, uma vez que qualquer trabalhador pode vir a sofrer de lesões músculo-esqueléticas. Contudo, estas lesões podem ser evitadas através de uma avaliação das tarefas que o trabalhador executa, na adopção de medidas preventivas e num controlo contínuo da eficácia dessas medidas.

A verdade é que a maioria das lesões músculo-esqueléticas são de origem profissional, cumulativas, resultantes da exposição repetida a esforços mais ou menos intensos ao longo de um período de tempo prolongado. Portanto, os sintomas surgem tardiamente. No entanto, podem também ter a forma de traumatismos agudos, tais como fracturas causadas por acidentes.

Estas lesões afectam principalmente a região dorso-lombar, a zona cervical, os ombros e os membros superiores, mas podem afectar também os membros inferiores. Algumas lesões músculo-esqueléticas, tais como a síndrome do canal cárpico, que afecta o pulso, são lesões específicas que se caracterizam por sinais e sintomas bem definidos. Outras manifestam-se unicamente por dor ou desconforto, sem que existam sinais de uma lesão clara e específica.

Factores de risco das lesões musculo-esqueléticas

São vários os factores que podem contribuir para a manifestação de lesões músculo-esqueléticas: factores físicos e biomecânicos, factores organizacionais e psicossociais, factores individuais e pessoais. Estes factores podem exercer uma acção separadamente ou combinados.

Factores físicos

  • Aplicação de força, por exemplo, levantar, transportar, puxar, empurrar, utilização de ferramentas;
  • Movimentos repetitivos;
  • Posturas forçadas ou estáticas, por exemplo, mãos acima do nível dos ombros ou posição sentada ou de pé durante muito tempo;
  • Compressão localizada exercida por ferramentas ou superfícies;
  • Vibrações;
  • Frio ou calor excessivos;
  • Iluminação deficiente susceptível, por exemplo, de causar um acidente;
  • Elevados níveis de ruído, susceptíveis de causar tensão física.

Factores organizacionais e psicossociais

  • Trabalho exigente, falta de controlo sobre as tarefas executadas, baixos níveis de autonomia;
  • Baixos níveis de satisfação com o trabalho;
  • Trabalho monótono, repetitivo, executado a um ritmo rápido;
  • Falta de apoio por parte dos colegas, dos supervisores e das chefias.

Factores individuais

  • Antecedentes clínicos;
  • Capacidade física;
  • Idade;
  • Obesidade;
  • Tabagismo.

Tratamento das lesões musculo-esqueléticas

Os objectivos da terapêutica são, essencialmente, aliviar a dor e reduzir a incapacidade. Para isso a abordagem deve ser multidisciplinar, isto é, ter em conta aspectos preventivos, a reabilitação através de fisioterapia e administração de fármacos que permitam uma recuperação mais rápida do doente. As lesões de origem músculo-esquelética (músculos e articulações), principalmente traumáticas ou de início súbito, têm melhor prognóstico quando a intervenção ocorre na fase aguda, especialmente as lesões musculares (roturas) e ligamentares (entorses).

Contudo, a prevenção continua a ser a melhor arma. Saiba como:

  • Evitar os riscos de lesões músculo-esqueléticas;
  • Avaliar os riscos que não podem ser evitados;
  • Combater os riscos na origem;
  • Adaptar o trabalho ao homem;
  • Adaptação à evolução tecnológica;
  • Substituir o que é perigoso pelo que é seguro ou menos perigoso;
  • Conceber uma política global de prevenção coerente, que abranja todas as cargas exercidas sobre o corpo;
  • Privilegiar as medidas de protecção colectivas relativamente às medidas de protecção individual;
  • Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

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Nota: 
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