Câmara de Lisboa

IPO propõe alargamento para antigo mercado da Praça de Espanha

O Instituto Português de Oncologia de Lisboa vai propor à Câmara o alargamento do hospital para o antigo mercado da Praça de Espanha, colocando de lado a transferência para um novo local, disse o presidente da instituição.

“A saída desse mercado da Praça de Espanha, mesmo em frente ao Instituto Português de Oncologia (IPO), veio criar, pelo menos aos nossos olhos, a possibilidade de propor à Câmara Municipal de Lisboa a expansão do IPO para esse espaço”, afirmou Francisco Ventura Ramos.

De acordo com o responsável, isso “criaria a possibilidade de não ser preciso retomar o processo de fazer um novo IPO noutro local que não naquele terreno junto à Praça de Espanha”.

Contactado pela Lusa, o município referiu que atualmente “nada está previsto ou discutido com o IPO sobre as suas instalações”.

Francisco Ventura Ramos frisou que, para já, esta “é uma possibilidade”, que vai “exigir um processo negocial junto da Câmara Municipal de Lisboa e, naturalmente, com o Ministério da Saúde”.

Questionado sobre prazos, o presidente do instituto apontou que tal operação urbanística “ainda está longe de estar concretizada”.

“É uma ideia posta em cima da mesa e que, naturalmente, precisa de um período que não me parece que seja curto. Suspeito que isto não se resolverá em semanas”, reforçou.

O presidente do instituto recordou que, além desta hipótese, já se pensou transferir o hospital para zonas como Chelas, junto ao futuro Hospital de Lisboa Oriental, “onde, aliás, existe uma placa há sete ou oito anos com ‘Aqui será o novo IPO’”.

Contudo, nenhuma hipótese avançou por dificuldades financeiras.

Na zona para o qual o IPO se pretende expandir funcionou, até ao ano passado, o chamado “mercado azul”. Surgiu nos anos 1980, quando o então presidente da Câmara de Lisboa, Nuno Krus Abecassis, transferiu para a Praça de Espanha os vendedores que estavam no Martim Moniz, com o objetivo de reabilitar esta última zona.

Os 69 comerciantes que ainda ali estavam tiveram de abandonar os pavilhões no final de setembro, recebendo uma indemnização total de 821.356,46 euros.

Seguiu-se a demolição das infraestruturas, alguns dias depois.

Acresce que anteriormente, em julho deste ano, a Câmara assinou um contrato com o Montepio Geral - Associação Mutualista que prevê a permuta de terrenos na zona da Praça de Espanha pelo valor de 12 milhões de euros, para ali ser construído o edifício sede do Montepio Geral e da Lusitânia Seguros.

Em dezembro passado, a autarquia anunciou que vai alterar a circulação viária na Praça de Espanha com vista à criação de “uma verdadeira centralidade” composta por espaços verdes e de lazer.

Francisco Ventura Ramos falava no seguimento de uma visita feita ao IPO pela candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias.

Em declarações aos jornalistas à margem da ocasião, o representante salientou que, “nos últimos anos, tem sido possível melhorar as condições de funcionamento” do IPO.

Porém, para o instituto “prosseguir a sua trajetória de prestar melhores condições de cuidados de saúde a mais pessoas no campo oncológico precisa, de facto, de se modernizar”, adiantou.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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