No Porto

Investigador cria 'software' intuitivo para manobrar drones em espaços fechados

Manobrar veículos aéreos não tripulados ou drones em espaços fechados, como casas e armazéns, será mais “simples e intuitivo” graças a uma nova componente de ‘software’ que está a ser desenvolvido por um investigador do Porto.

Com o projeto CMosquitoII, pretende-se possibilitar e mostrar o benefício da utilização deste tipo de veículos, especialmente em situações onde a utilização de outros robôs, como os terrestres, não são viáveis, disse o investigador Eduardo Miguel Leitão Grifo, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Exemplos disso são o setor do retalho, onde podem detetar falhas no ‘stock', o mapeamento do interior de edifícios e as soluções no âmbito da vida em ambientes assistidos, direcionados para apoio a idosos e doentes, indicou.

No entanto, de acordo com o responsável pelo projeto, controlar este veículos aéreos não tripulados ou drones em espaços fechados apresenta vários desafios, entre os quais, o fraco sinal de GPS quando disponível, o requerimento de um alto nível de exatidão nos movimentos realizados e um planeamento complexo de trajetórias.

"Com este trabalho pretende-se oferecer, aos programadores de aplicações para drones, um conjunto de ferramentas de ‘software' que permitam interagir com o mesmo, de forma simples e intuitiva", com comandos “simples” como "andar para a frente x metros", "ir para a posição x, y ou z", ou mesmo "voltar à base", explicou.

Esta componente de ‘software’, desenvolvida no formato de uma biblioteca de funções, deverá ser integrada por programadores nas suas aplicações, sem que necessitem de conhecimentos prévios em relação ao ‘hardware’ que constitui a plataforma, às dinâmicas de voo ou aos métodos de localização, contou o investigador.

Para além do "controlo de alto nível dos drones", continuou, esta componente de ‘software' será preparada para que o programador não necessite de um conhecimento prévio do ambiente onde o veículo vai operar.

A modularidade do sistema, por sua vez, possibilitará ao utilizador a fácil adição, remoção ou alteração de módulos, tanto de ‘software' como ‘hardware', disse ainda o responsável.

Atualmente, existem no mercado diversas componentes dispersas que permitiriam manobrar um drone em ambientes fechados, como ‘hardware' apropriado, sistemas de posicionamento e algoritmos precisos de voo, entre outros.

Contudo, segundo o investigador, não existe uma solução integrada, "com uma visão abrangente de todas as componentes do sistema", que permita controlar um drone num "nível superior de abstração, de forma simples e intuitiva".

A etapa seguinte do CMosquitoII passa por trabalhar a robustez do sistema e dotá-lo de mais mecanismos de proteção contra falhas, para que seja seguro operá-lo em ambientes fora de laboratório.

A médio prazo, o objetivo é escalar o sistema para múltiplos drones, que cooperem entre si.

Este é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver o seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.

Para além de Eduardo Miguel Leitão Grifo, participam no projeto os investigadores Dirk Christian Elias, da FEUP, e Duarte Miguel dos Santos Nunes Folgado e Manuel Campos Monteiro, da Fraunhofer Portugal AICOS.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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Pixabay