Investigação clínica é fundamental para a evolução da Saúde e da Medicina em Portugal
"A investigação é fundamental para a evolução da Saúde e da Medicina, não só em Portugal como em qualquer parte do mundo", frisou Miguel Guimarães, defendendo que "tem sido a procura de novos medicamentos que tem permitido que hoje seja possível controlar ou mesmo curar doenças antes incontroláveis ou incuráveis, como por exemplo algumas doenças do foro oncológico ou infeccioso".
O presidente da Ordem dos Médicos do Norte salienta também que "toda a investigação original comporta riscos, normalmente pequenos". "Um estudo publicado pelo British Medical Journal refere que, por norma, estes ensaios clínicos com novas moléculas comportam riscos de eventos adversos significativos para os voluntários na ordem dos 0,3%", frisa Miguel Guimarães.
Para este responsável do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) "toda esta situação, que envolveu a perda de uma vida humana é de lamentar profundamente". "Mas temos conhecimento que, tal como sucede em todos os ensaios clínicos, todas as regras internacionais de boas práticas clínicas, incluindo a Declaração de Helsínquia e a legislação aplicável, foram escrupulosamente cumpridas, tendo o estudo sido devidamente aprovado pelas Autoridades Regulamentares Francesas e pela Comissão Nacional de Ética Francesa", sustenta. De resto, o estudo estava a ser desenvolvido em França, "um país com um historial relevante na investigação clínica, que faz parte dos países que lideram nesta matéria".
"Paralelamente, este ensaio estava a ser conduzido na Biotrial, uma empresa de prestígio internacional que faz ensaios clínicos com elevada qualidade", acrescenta Miguel Guimarães. Que recorda também que "a Bial é o principal laboratório nacional na área da indústria farmacêutica e que tem dado um contributo extraordinariamente importante para a investigação e desenvolvimento da Medicina".
Por tudo isto, e embora lamente toda a situação ocorrida em França, Miguel Guimarães reitera toda a confiança no laboratório Bial e na respetiva equipa de investigadores, e aguarda que "a investigação em curso levada a cabo pelas autoridades francesas e pela própria Bial possam ajudar a esclarecer o que realmente aconteceu".