Instituto Superior Técnico recebe rastreio nacional às doenças sexualmente transmissíveis
A participação neste estudo, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), é anónima e gratuita. Para participar, os interessados terão apenas de dar o seu consentimento, preencher um inquérito e fornecer uma amostra de urina. Os participantes podem solicitar o acesso aos seus resultados.
“A maioria das DST não causa sintomas, ou seja, os infetados não sentem necessidade de procurar diagnóstico, não são tratados e continuam a transmitir a infeção aos seus parceiros. É necessário atuarmos ao nível da prevenção e da sensibilização, sobretudo porque a população jovem também desconhece as consequências das DST na sua saúde reprodutiva. As DST que são objeto do presente estudo são curáveis pela simples toma de antibiótico mas, quando não tratadas, podem causar doença inflamatória pélvica e infertilidade e, por outro lado, potenciam o risco de aquisição e transmissão do VIH/SIDA; por isso, o conhecimento da sua prevalência permitirá implementar medidas de prevenção adequadas”, revela Maria José Borrego, Investigadora e Coordenadora do Laboratório Nacional de Referência das Infeções Sexualmente Transmissíveis do INSA.
As DST abrangidas pelo estudo são causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis, (Clamídia Genital), Neisseria gonorrhoeae (Gonorreia), Mycoplasma genitalium e pelo parasita Trichomonas vaginalis (Tricomoníase), cujos dados de prevalência em Portugal são, atualmente, quase inexistentes.
Paralelamente a esta ação, o rastreio pode ser realizado em qualquer laboratório do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, a nível nacional. O conhecimento da frequência destas quatro DST em Portugal tem como objetivo a implementação de ações de prevenção.
O estudo, coordenado pelo INSA, tem o apoio do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, bioMérieux e Genomica.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, estas quatro DST causam mais de 350 milhões de novas doenças por ano, no mundo, sendo as mais frequentes nos jovens sexualmente ativos.