Inquérito procura saber a visão dos doentes oncológicos sobre os cuidados de saúde em Portugal

Ao longo dos últimos anos a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) tem apostado em conhecer melhor a sua área de atuação, as preocupações e perceções profissionais de saúde, bem como da população portuguesa. Em ano de celebração dos 35 anos de atividade considerou essencial aprofundar o conhecimento sobre as perceções de doentes e pessoas com antecedentes de doença oncológica. São estes os principais atores no panorama da doença, vivenciando e experienciando em primeira mão tudo o que envolve a patologia oncológica. São os doentes e sobreviventes que podem dar a conhecer o impacto que o cancro teve/tem na sua vida e nos que lhes são próximos.
“Com este inquérito pretende-se ficar a conhecer a valorização que fazem dos cuidados de saúde, os aspetos positivos e os pontos que podem melhorar nos cuidados de saúde, através das suas experiências e opiniões. Assim, será possível compreender de forma mais integrada, a realidade dos doentes oncológicos”, afirma Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia.
Em primeiro lugar, procura-se alcançar o impacto do cancro na vida do doente e identificar as suas principais preocupações. É ainda importante compreender o que mais valoriza o doente ao longo de todo o processo de tratamento, as suas visões sobre a realidade oncológica em Portugal e apontar quais as áreas a serem melhoradas nos cuidados de saúde a serem prestados aos doentes oncológicos.
O inquérito “Cuidados de saúde em Oncologia: a visão dos doentes” destina-se a todos os doentes e pessoas com antecedentes de doença oncológica existentes em Portugal. Podem ter acesso ao seu preenchimento através do site www.inqueritooncologia.pt. O apelo ao preenchimento do inquérito está a ser divulgado através das associações de doentes e de informação presente nos espaços hospitalares.
O desenvolvimento deste inquérito conta com o apoio da Novartis. Já em 2015, a SPO e a Novartis uniram-se para promover um inquérito que procurou perceber quais são as perceções e preocupações dos profissionais que lidam com a Oncologia diariamente. O inquérito mostrou que 74% dos profissionais de saúde que lidam com a Oncologia defendem que em Portugal existem demasiadas assimetrias regionais no que diz respeito à prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro. 82% concordaram ainda que o Governo não faz o investimento necessário para que os doentes oncológicos tenham acesso às terapêuticas mais avançadas e eficazes.