Indústria dos produtos contra pragas saúda decisão europeia sobre herbicida glifosato
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"É uma boa notícia para os produtores" agrícolas que o usam como "substância fulcral" para a sua atividade "com baixo custo e baixo impacto ambiental", disse o diretor da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas, António Lopes Dias.
O responsável considerou que a decisão de uma entidade "de última instância" significa que "não haverá mais argumentos" contra a utilização do glifosato, cujo uso continua a ser contestado pelos ambientalistas e por outros setores da sociedade civil.
Por os especialistas da agência considerarem que o glifosato não deve ser considerado cancerígeno, a Comissão Europeia deverá relançar o procedimento para a renovação da licença desta substância.
O parecer da ECHA já mereceu críticas por parte de diversas Organizações Não-governamentais (ONG), que recordam outros pareceres científicos em sentido contrário.
Em Portugal, o Governo já aprovou, em 26 de janeiro, a proibição do uso de pesticidas em espaços públicos como jardins infantis, parques e jardins urbanos, escolas e hospitais “com o objetivo de reduzir e controlar os efeitos sobre a saúde pública”.
António Lopes Dias afirmou que o produto já é usado com cuidados especiais, como proteção para os olhos do utilizador, a uma distância mínima de cursos de água e em doses controladas.
"Economicamente, tem um impacto muito grande, porque não se conhece outro produto que faça o mesmo com eficácia, sem deixar resíduos no terreno", afirmou.