Incompatibilidade sanguínea já não é entrave a transplantes
A incompatibilidade de grupo sanguíneo era até hoje um dos maiores impeditivo para a realização de um transplante, dado que se assistia à rejeição do órgão. Esse problema pode estar prestes a ser extinto, em Portugal, e Rosário Pinto é o exemplo disso, revela o Notícias ao Minuto.
A gestora de viagens, de 50 anos, sofria de uma patologia renal poliquística, que causa 10% de insuficiências renais. Foi obrigada a retirar um rim e teve que se sujeitar a intensas sessões de hemodialises.
O hospital de Santo António no Porto decidiu no entanto arriscar um procedimento realizado pela primeira vez no Japão na década de 90 e que já foi feito milhares de vezes em todo o mundo, menos em Portugal: realizar um transplante em que a dadora e a receptora têm grupos sanguíneos incompatíveis.
Rosário ainda hesitou mas acabou por avançar e aproveitar esta “janelinha de oportunidades”.
A irmã de Rosário foi a dadora, num processo que se chama Plasmaférese e que consiste em retirar anticorpos anti-B que levariam à rejeição do rim. Durante 10 dias a mulher submeteu-se a este processo para garantir que o seu corpo aceitaria aquele órgão. Precisou de mais 20 dias depois do transplante para garantir que tudo havia corrido bem e, agora, três meses depois, é certo que a operação foi bem-sucedida.
A situação traz um novo alento aos médicos, que acreditam que desta forma se pode contornar o facto de ser muito difícil encontrar dadores compatíveis.