Incidência do cancro da tiróide tem vindo a aumentar
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Tiróide, uma glândula endócrina localizada na base do pescoço, atrás da traqueia, e que desempenha um importante papel no nosso organismo.
Também até ao próximo dia 31 de Maio se comemora a Semana Internacional da Tiróide para alertar para os problemas da tiróide, este ano mais dedicado ao problema das mulheres.
São por isso várias as acções de informação e sensibilização que decorrem em todo o país, desde os rastreios até às mensagens-chave que os profissionais de saúde vão transmitir sobre a doença e a importância de vigiar a tiróide.
Para o coordenador do Grupo de Estudos da Tiróide, Luís Raposo, “tratando-se de uma Glândula tão importante e sujeita tão frequentemente a doenças o receio do cancro e da disfunção (nomeadamente o hipotiroidismo) justificam que se fale mais do assunto uma vez por ano e que se estimulem acções no âmbito da tiroidologia”.
A incidência do cancro da tiróide tem vindo a aumentar em todo o mundo e Portugal não é excepção. “A maior capacidade diagnóstica poderá ser um factor importante. A maior parte do aumento é alcançado à custa do cancro de muito baixo risco (microcarcinoma)”, explica o responsável, sublinhando que, “atendendo à elevada prevalência de tiroidite auto-imune e da patologia nodular da tiróide (com receio do cancro) justifica-se uma maior e melhor informação em particular sobre estes dois temas”.
Estatísticas
De acordo com as estimativas da GLOBOCAN 2012 para Portugal a taxa de incidência de cancro da tiróide é cerca de 3 vezes maior no sexo feminino do que no sexo masculino (4.6 versus 1.6/100 000). Ainda de acordo com estas estimativas a taxa de mortalidade é de 0.3/100 000 em ambos os sexos. Também segundo o Registo Oncológico Nacional 2007 a taxa de incidência de cancro da tiróide é cerca de 4 vezes maior no sexo feminino (13.4 versus 3.3/100 000).
É a norte do país que existe maior incidência de cancro da tiróide (dados 2006-2008 de vários Registos Oncológicos Regionais) e que para Luís Raposo se poderá dever a “mais diagnóstico da doença”.
O Grupo de Estudos da Tiróide pretende publicar ainda este ano um trabalho sobre as tendências na evolução da incidência, mortalidade e sobrevivência por cancro da tiróide em Portugal.
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