Incidência de miopia vai "explodir" na próxima geração
Segundo Rubens Belfort Jr, professor titular de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp), este trabalho reforça a associação entre a atenção visual mantida para perto em crianças e a miopia. O tempo ao ar livre pode estar também associado a alterações metabólicas relacionadas com a actividade física e à ingestão de hidratos de carbono.
A Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina tem trabalhado neste aspecto há muitos anos. Por coincidência, o pai de Rubens, em 1955, estudou populações indígenas, inclusive do Xingu, numa tese sobre Livre Docência. Não encontrou quase nenhum caso de miopia. Mais 50 anos depois, o filho acabaria por encontrar uma incidência grande de miopia na mesma população, com mudanças alimentares e escola.
Também a questão “tempo ao ar livre” é interpretada por alguns como metabólico e dependente, principalmente, de hidratos de carbono. Assim, maior tempo na escola significaria, além de pouca exposição à luz, também menos exercícios físicos. Isso, juntamente com a atenção visual mantida para perto por muito tempo, explicaria essa epidemia de miopia.
Também é interessante lembrar que a miopia vai aumentar muito na próxima geração, uma vez que crianças de poucos meses agora têm a sua atenção permanente visual mantida para perto através de programas para iPad e afins. A frequência da miopia vai “explodir” na próxima geração, sentencia o médico.
O responsável lembra que o olho míope tem mais doenças, inclusive maior risco de descolamento de retina, entre outros problemas, além dos elevados custos de óculos, exames, lentes de contacto, etc.