Incidência de fraturas do fémur em mulheres é preocupante em Castelo Branco
"Os resultados deste estudo são preocupantes e demonstram a importância da problemática que constituem as fraturas do fémur, sobretudo em mulheres pós-menopáusicas, entre as quais as taxas de incidência e mortalidade associadas são significativas", refere em comunicado o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), José Canas da Silva.
Segundo a SPR, o estudo realizado pelo reumatologista da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB) Pedro Abreu, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015, envolvendo doentes internadas naquela unidade de saúde por fratura do fémur de baixa energia, coloca em evidência "o grave problema" das fraturas do fémur e do subdiagnóstico da osteoporose no distrito de Castelo Branco.
"A análise, levada a cabo pela ULSCB, revelou que a incidência anual de fraturas do fémur, a consequência mais séria da osteoporose, em mulheres com idade igual ou superior a 65 anos é de 922,4 por 100 mil habitantes", lê-se no documento.
Apurou-se ainda que 32,3% dos casos apresentavam antecedentes de fratura e 8,8% tinham registo de dois ou mais episódios prévios de fratura, mas em apenas 11,6% das mulheres haviam sido diagnosticadas previamente com osteoporose e somente 7,8% estavam medicadas com tratamento anti-osteoporótico.
O documento adianta ainda que, um ano após fratura, a taxa de mortalidade verificada foi de 16,3%.
"Apesar de se tratar de uma patologia muito divulgada entre profissionais de saúde e até na população em geral, existem ainda muitas deficiências na prevenção, diagnóstico e tratamento da osteoporose, mesmo com a existência de recomendações nacionais e internacionais", sustenta José Canas da Silva.
Este responsável sublinha que esta é uma situação que se repercute por todo o país, com lacunas na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença que afeta mais de 800 mil portugueses.