Incapacidade laboral na Europa deve-se a doenças que se podem prevenir
O estudo sobre "Doenças comuns e incapacidade em três regiões europeias", publicado pelo Instituto Hospital do Mar de Investigação Médica, de Barcelona, baseia-se em dados recolhidos em três regiões europeias: centro oeste, centro-leste e sul, na que se incluem Portugal, Espanha e Itália.
"Reduzir o impacto das doenças prevalentes deveria ser uma prioridade nas políticas de saúde ocupacional em todas as regiões europeias",
Nas três regiões, a dor crónica é a condição médica que justifica mais incapacidades temporárias ou permanentes, numa lista que inclui depressão, ansiedade, artrite, doenças cardiovasculares, enxaquecas, insónia e doenças respiratórias.
A dor crónica, depressão e distúrbios de ansiedade justificam quase metade das incapacidades permanentes declaradas na zona centro-oeste (Bélgica, França, Alemanha, Holanda e Irlanda do Norte) e na zona sul, enquanto a dor crónica, doenças cardiovasculares e enxaquecas tiveram resultados mais elevados na zona centro leste (Bulgária e Roménia).
Na zona sul, a depressão justifica a incapacidade total em 24,4% dos casos, seguida da artrite (16,9%) e a ansiedade (16,8%).
Por contraste, na zona centro leste, as desordens mentais justificam menos de 10% das incapacidades totais.
Os autores do estudo salientam que a perda de capacidade de trabalho provocada por "condições de saúde comuns e tratáveis é tudo menos negligenciável".
Alertam ainda que a incapacidade temporária pressagia a permanente e que, de acordo com estudos anteriores, 40% do custo da perda de produtividade por razões médicas é o dinheiro gasto para tratá-las.
O universo da investigação é composto por cerca de 13.600 cidadãos europeus entre os 18 e os 64 anos que responderam a inquéritos sobre doenças mentais, com dados recolhidos entre os anos de 2001 e 2009, conforme a região.