Portugal melhora no ranking

Igualdade de género, mas desigualdade salarial mantém-se elevada

O país tem o 97.º maior hiato entre salários de homens e mulheres, de acordo com o Índice Global das Diferenças de Género, do Fórum Económico Mundial.

Portugal melhorou a sua posição no Índice Global das Diferenças de Género, do Fórum Económico Mundial. É o 39.º em 142 países. Há um ano estava no lugar 51 em 136, escreve o jornal Público na sua versão digital. Olhando para cada um dos diferentes indicadores tidos em conta, sai-se particularmente bem nos relacionados com educação — faz parte do grupo dos que eliminaram as disparidades entre rapazes e raparigas no acesso ao ensino — e particularmente mal em matéria de igualdade salarial.

Na lista que ordena as nações em função das diferenças observadas entre o que ganha um homem e uma mulher por tarefas semelhantes, Portugal apresenta-se com o 97.º maior hiato do mundo e atrás da maioria dos países europeus.

A desigualdade salarial “é um problema persistente em Portugal, há anos”, diz Rosa Monteiro, investigadora do Centro de Estudos Sociais em Coimbra e professora do Instituto Superior Miguel Torga. "Ela existe nas profissões mais desqualificadas mas é ainda maior quando falamos de mulheres com maiores qualificações." Em 2013, o país tinha o 109.º maior hiato salarial.

Apesar de ter havido uma ligeira melhoria na edição de 2014, esta é uma questão que persiste e “para a qual os próprios sindicatos não estão muito sensibilizados”.

Segundo o Índice Global das Diferenças de Género, os países nórdicos são os mais igualitários. Os primeiros lugares são ocupados pela Islândia (repetindo a posição que ocupa desde 2009) e pela Finlândia (que desde 2006 oscila entre o 2.º e o 3.º lugar). Seguem-se a Noruega, a Suécia e a Dinamarca.

O Mali, a Síria, o Chade, o Paquistão e, por fim, o Iémen são aqueles onde as diferenças entre homens e mulheres são, globalmente, mais acentuadas.

O relatório divulgado esta semana conclui que, a julgar pela evolução observada nos últimos anos, serão precisos 81 anos para que o mundo possa alcançar a paridade na área do trabalho, por exemplo.

Na verdade, se do ponto de vista global tem havido progressos em vários países (105 em 111 diminuíram as suas diferenças de género) outros estão pior agora do que há nove anos: Sri Lanka, Mali, Croácia, Macedónia, Jordânia e Tunísia.

Olhando para a evolução em áreas específicas, em 30% do mundo o hiato ao nível da Educação entre homens e mulheres acentuou-se de há nove anos a esta parte e em 40% dos países aconteceu o mesmo em relação aos indicadores de saúde e esperança de vida.

Klaus Schwab, presidente executivo do Fórum Económico Mundial, citado no comunicado que resume as principais conclusões do relatório, lembra: “Alcançar a igualdade de género é obviamente necessário por razões económicas. Apenas as economias que tiverem total acesso a todos os seus talentos permanecerão competitivas e prosperarão. Mas, ainda mais importante, a igualdade de género é uma questão de justiça.”

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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