Identificar portugueses em risco nutricional
A malnutrição por carência ou desnutrição assume nos dias de hoje dimensões preocupantes, com a prevalência a aumentar na população portuguesa, não só no contexto clínico como também no domínio da saúde pública.
“Ironicamente, na nossa sociedade caracterizada pelos excessos a nível do consumo alimentar, é frequente encontrarmos doentes desnutridos no hospital”, revela Diana Mendes, dietista no Hospital de Santa Marta.
Em Portugal, num estudo efectuado em 2010, em 6 hospitais públicos na região do grande Porto, numa amostra de 1.144 doentes, verificou-se que 1 em cada 3 apresentava desnutrição no momento de admissão hospitalar.
“Embora a desnutrição seja um grave problema de saúde e a sua prevalência na população portuguesa seja significativa e crescente, poucos são os casos identificados e diagnosticados no contexto comunitário. É frequente a desnutrição apenas ser identificada, diagnosticada e avaliada quando a pessoa recorre a cuidados hospitalares, geralmente num estado já muito avançado de carência”, esclarece Diana Mendes.
A perda de peso, a diminuição de apetite, o cansaço frequente, as doenças crónicas e, nas crianças, o atraso no crescimento são alguns dos sinais que poderão estar associados à desnutrição e aos quais a população deverá estar atenta.
Tendo em conta o desconhecimento quase generalizado da população sobre esta problemática e para contrariar a tardia identificação de casos de desnutrição, a Labesfal Genéricos lança o projeto piloto “AGIR PARA NUTRIR”, uma acção que vai permitir identificar precocemente a população em risco nutricional. Esta acção irá decorrer gratuitamente nas farmácias aderentes ao projecto e destina-se a idosos e adultos.
“É fundamental dotar os profissionais de saúde de conhecimentos sobre a identificação do risco nutricional, especialmente a nível comunitário. Neste plano, a Labesfal Genéricos considera que a farmácia é um local estratégico para identificar, encaminhar o utente ou realizar um primeiro aconselhamento nutricional. O ‘AGIR PARA NUTRIR’ vai identificar e tratar as pessoas atempadamente, procurando evitar entradas no hospital em estados de desnutrição, muitas vezes severos”, refere Ismael Gomes, director-geral da Labesfal Genéricos.