Hospitais com dificuldades no abastecimento de antibióticos
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) está a acompanhar a situação e recomendou uma gestão cuidada para evitar a rutura de stocks. Ao mesmo o Infarmed tem estado em contacto com os distribuidores e já há empresas a repor o fornecimento. Outra alternativa é o recurso à autorização de utilização excecional (AUE) para aquisição de produtos semelhantes noutros países. Houve sete pedidos feitos por hospitais, todos autorizados pelo Infarmed.
"O Infarmed recebeu notificações de alguns hospitais relativas à dificuldade de abastecimento de alguns antibióticos injetáveis, como a amoxicilina + ácido clavulânico, azitromicina e claritromicina. Isso deve-se a problemas na produção destes medicamentos que levam a dificuldades no normal abastecimento do mercado, sendo que o problema surge em sequência do número cada vez mais limitado de fabricantes daquelas substâncias ativas e de perturbações de fabrico relacionados com dificuldades de acesso à matéria-prima", explicou ao Diário de Notícias fonte do Infarmed.
As dificuldades colocam-se com as fórmulas injetáveis que são as menos usadas, explica a Autoridade Nacional do Medicamento, acrescentando que as soluções orais (xarope) não registaram problemas de abastecimento.
O Infarmed adianta estar a desenvolver "todos os esforços para repor o regular abastecimento com a maior brevidade possível" com as empresas que têm autorização para colocar estes antibióticos no mercado e esclarece que "no caso da claritromicina o problema já foi resolvido, tendo havido reposição de stocks e na azitromicina uma das empresas já começou a fazer abastecimento entre ontem e hoje e uma segunda empresa deve fazê-lo na segunda semana de fevereiro. Quando à amoxicilina + ácido clavulânico, o mercado tem visto o seu fornecimento afetado, mas continua a ser garantido".
Enquanto a situação não estiver completamente regularizada, o Infarmed recomenda aos hospitais que giram "com atenção estes medicamentos e as suas alternativas para evitar a rutura dos antibióticos".
"Atendendo a que existem medicamentos similares na União Europeia, os hospitais poderão recorrer ao mecanismo de autorização de utilização excecional (AUE) e ao Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde (CIMI) para obtenção de informação adicional", acrescenta o Infarmed. Até ao momento foram registados sete pedidos (para azitromicina e para amoxicilina + ácido clavulânico) específicos de hospitais, a que o Infarmed deu resposta positiva.