Hipertensão mal controlada e mortes por AVC preocupam internistas portugueses
Um estudo epidemiológico sobre hipertensão realizado em 2013 junto de 2,639 milhões de portugueses com idade ≥ 18 anos (58,1% de mulheres) pelo Departamento de Qualidade e Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) comprova a necessidade de um maior melhor acompanhamento dos doentes hipertensos no nosso país. O controlo adequado da hipertensão arterial foi encontrado em somente 33% da amostra estudada.
O AVC é também motivo de preocupação para os internistas portugueses. Um estudo sobre a epidemiologia desta doença em Portugal demonstra que esta causa de morte ainda é particularmente expressiva quando comparada com outros países da Europa, embora se registem ganhos significativos nas últimas décadas. O envelhecimento demográfico combinado com uma eventual transição relativa entre as dimensões morbilidade e mortalidade proporcionam uma mudança no paradigma de saúde pública.
Os especialistas presentes terão também oportunidade de atualizar os seus conhecimentos na área das doenças autoimunes, diabetes, VIH e hepatite C, algumas das doenças mais prevalentes em Portugal e que são acompanhadas pelos internistas. O flagelo das infeções hospitalares, os cuidados paliativos e a importância da promoção da investigação médica serão também temas em destaque neste segundo dia de trabalhos.
“Os Elos da Medicina Interna” foi o tema escolhido para este congresso. A ideia dos elos remete posição nuclear no hospital que a Medicina Interna ocupa enquanto especialidade que coordena e articula a intervenção das outras, a sua capacidade de agregar outras áreas do saber, lembrando também a importância de reforçar os elos com parceiros como as associações de doentes, os clínicos gerais e a academia.