O que é a Hipermetropia?
Os raios luminosos convergem atrás da retina. Tudo se passa como se olho fosse demasiado pequeno ou o sistema de focagem fosse demasiado fraco. Como a visão de objectos próximos necessita de uma focagem maior do que visão de objectos ao longe, a primeira de dificuldade dá-se para ver ao perto. Dentro de certos valores e em indivíduos jovens a visão de longe pode ser normal.
A hipermetropia está habitualmente presente ao nascimento, diminuindo de forma progressiva nos primeiros 3-4 anos de vida.
Se considerarmos qualquer valor de hipermetropia, a sua prevalência é de 37% nas crianças entre os 3 e os 8 anos de idade, baixando para os 29,5% no grupo etário entre os 9 e os 19 anos. Se contudo se considerarem apenas valores de hipermetropia superiores a 1,5 D, a prevalência baixa para valores na ordem dos 4-7% entre os 5 e os 29 anos.
Nas crianças a prevalência da hipermetropia é mais elevada entre os Brancos, seguida dos Hispânicos, Afro-Americanos e Asiáticos. Há um estudo curioso (Crawford) que mostra uma maior prevalência de Hipermetropia entre as crianças de origem Portuguesa relativamente a todos os outros grupos.
A prevalência da hipermetropia mantém-se constante durante a meia-idade e aumenta nas populações acima os 45 anos.
As hipermetropia de baixo valor aparentam ter uma hereditariedade autossómica dominante, enquanto as de valor elevado aparentam ser autossómicas recessivas.
A hipermetropia não compensada é a responsável por cerca de 80% dos estrabismos convergentes que surgem entre os 2 e os 4 anos. Ao contrário do que acontece na miopia, o sistema óptico do olho consegue, dentro de certos limites, compensar o défice de focagem do olho hipermetrope. Esse excesso de focagem associa-se muitas vezes a um aumento anormal da convergência provocando estrabismo. Por essa razão, sempre que se suspeita da presença de hipermetropia deve efectuar-se a sua medição com auxílio de gotas que garantam a medição correcta dos valores em causa.
Hipermetropia: os feixes luminosos focam atrás da retina
Causas
Existem algumas causas que conduzem à existência de hipermetropia, não devendo ser esquecido que, todos os recém-nascidos são hipermetropes devido ao pequeno comprimento sagital do olho. No entanto essa ametropia tende a desaparecer naturalmente com o crescimento.
Efeitos
Os efeitos produzidos pela hipermetropia variam consoante se trata de um adulto ou de uma criança.
Assim na criança existem dores de cabeça mais acentuadas na idade escolar. É possível a ocorrência de um estrabismo convergente bilateral e também esta hipermetropia vai diminuindo progressivamente chegando por vezes à emetropia.
No adulto, ao fim de um certo tempo de leitura, existe uma certa dificuldade em continuar a tarefa. Existe uma pseudo-conjuntivite ou seja, uma irritação dos vasos da conjuntiva acompanhado de picadas. Aparecem frequentemente dores de cabeça mais assinaláveis a nível frontal e que depois se arrastam ao occipital. Dificuldade da condução automóvel, principalmente na diurna, ao passo que no míope essa dificuldade é mais notória à noite.
Detecção
A hipermetropia é detectável, tal como as outras ametropias, pelos efeitos produzidos pela esquiascopía (exame executado com o retinoscópio), pela refractometria ou pelo exame subjectivo da verificação da acuidade visual.
Compensação
A compensação do hipermétrope faz-se através de lentes convexas (potência positiva), quer sejam oftálmicas ou de contacto . Não esquecendo nunca a manutenção do perfeito equilíbrio binocular do paciente e o seu bem-estar visual.