Higiene das mãos é “fundamental” para reduzir taxa de infecções associadas aos cuidados de saúde
De acordo com os inquéritos de prevalência de infeção efectuados na última década, 9 a 10% dos doentes adquirem uma infecção associada aos cuidados de saúde (IACS) nos hospitais portugueses. São números superiores à média europeia, que comprometem a qualidade e segurança dos cuidados de saúde e propiciam o prolongamento da demora hospitalar, a multiplicação dos custos e o acréscimo da mortalidade.
Para a presidente da Associação Nacional de Controlo de Infecção (ANCI), enfermeira Isabel Veloso, é necessário introduzir e reforçar “medidas integradas em estratégias multimodais, focadas na prevenção, quer das IACS, quer das resistências aos antimicrobianos, com programas específicos bem delineados, com impacto a nível local, regional e nacional”.
Uma medida simples mas eficaz é a higiene das mãos. Estudos demonstram que cerca de um terço das infecções hospitalares poderiam ser prevenidas com a adopção de um conjunto de boas práticas, que incluem a higiene das mãos. Recordando a adesão da Direcção-Geral da Saúde, em 2008, à Campanha Mundial de Higiene das Mãos (programa da Organização Mundial de Saúde), a especialista refere que, no primeiro ano, houve um aumento considerável na adesão à higiene das mãos. No entanto, em sucessivas monitorizações, as “taxas de adesão têm sofrido aumentos pouco significativos”.
Por isso, a presidente da ANCI afirma: “É fundamental que cada um de nós, profissionais de saúde), interiorize a importância deste procedimento durante a prestação de cuidados para a prevenção e controlo das IACS.”
Ana Geada, vice-presidente da Associação Nacional de Controlo de Infecção, assume uma posição concordante. “Nos locais de trabalho, os profissionais de saúde devem ter um papel activo na promoção da higiene das mãos e reconhecer a importância dessa actividade na prestação de cuidados, em sintonia com outros programas de monitorização de infecção”, refere a enfermeira, considerando “mandatória” a formação dos profissionais de saúde sobre higiene das mãos.