Para ensaios clínicos

Gulbenkian junta esforços e cientistas para conseguir apoios nas doenças tropicais

A Fundação Gulbenkian vai promover a união de esforços de investigadores portugueses e dos países africanos de língua portuguesa para conseguir financiamento comunitário para trabalhos que visam procurar soluções para doenças como a Sida, malária ou tuberculose.

"Vamos coordenar, tentar maximizar e tornar mais atraente aos investigadores do espaço PALOP e Portugal puderem vir a concorrer e a ter candidaturas aprovadas", no âmbito do programa EDCTP, uma parceria entre a União Europeia e países africanos para ensaios clínicos, disse a responsável pelo Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento.

Os responsáveis da Fundação Calouste Gulbenkian, juntamente com o Governo português, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), perceberam que no programa, que iniciou agora a segunda fase, não tinha havido muitas propostas aprovadas que envolvessem investigadores e grupos de investigação portugueses, referiu Maria Hermínia Cabral.

E o orçamento do programa EDCTP para os próximos seis anos poderá chegar aos dois mil milhões de euros, com as participações dos parceiros, devendo a União Europeia contribuir com cerca de 680 milhões de euros, através do programa Horizonte 2020.

Por isso, foi decidido que a Fundação Calouste Gulbenkian iria coordenar as actividades no sentido de não se fazerem "coisas descoordenadas", explicou a responsável, recordando que, na investigação científica, "a concorrência é grande" para obter financiamentos.

Nesse sentido, o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, e o Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, vão assinar um memorando de entendimento com "o propósito de potenciarem mutuamente as suas capacidades de mobilização para o desenvolvimento de novas soluções clínicas para a Sida, malária, tuberculose e doenças tropicais negligenciadas".

Para Maria Hermínia Cabral, "há uma tentativa crescente de se trazer para o domínio da investigação outros parceiros, em termos de coordenação das intervenções dos diferentes actores", como a sociedade civil ou a indústria farmacêutica.

O objectivo desta iniciativa é "reforçar a participação da investigação em parceria entre investigadores portugueses e dos PALOP para apresentarem propostas com mais possibilidade de sucesso", resumiu.

Recentemente lançado na Cidade do Cabo, na África do Sul, o segundo programa da parceria, o EDCTP2, elegeu também as doenças tropicais negligenciadas como um dos alvos da iniciativa, prevendo o financiamento de bolsas individuais e de projectos de investigação, assim como o reforço das capacidades institucionais dos países da África Subsaariana e a concretização efectiva de ensaios clínicos adaptados ao contexto populacional de cada região.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock