Uma das mais antigas doenças conhecidas da Humanidade

A gripe

Atualizado: 
23/12/2019 - 10:43
A gripe é uma doença viral aguda do aparelho respiratório provocada pelo vírus influenza. Apresenta um curto período de incubação e uma elevada taxa de transmissão, mas é possível a prevenção.
Boneco de nuvem com sintomas de gripe

A gripe resulta da infecção pelo vírus influenza. É uma doença muito contagiosa e pode ser transmitida de pessoa a pessoa. Como o vírus da gripe sofre constantemente alterações, existem diferentes estirpes, sendo umas mais contagiosas que outras e originando doenças com diferentes graus de gravidade.

Os principais grupos de vírus da gripe são: influenza A, B e C. Os vírus do tipo A são os mais frequentes e os causadores das epidemias e pandemias. Enquanto os vírus influenza B e C só infectam humanos, os vírus influenza A também podem infectar pássaros e outros animais, como porcos e cavalos. Esta capacidade única de ultrapassar a barreira das espécies faz com que o vírus influenza A possa originar pandemias.

A gravidade da doença é variável consoante o quadro clínico, que pode variar entre alguns sinais e sintomas ligeiros até à pneumonia e morte. Geralmente o quadro clínico tem início súbito e, na gripe sem complicações, a doença aguda geralmente resolve-se ao fim de cerca de 5 dias e a maioria dos doentes recupera em 1-2 semanas. Porém, em algumas pessoas, os sintomas de fadiga podem persistir várias semanas.

Os sinais e sintomas mais frequentes são a febre, tosse, cefaleias (dores de cabeça), astenia (cansaço), fraqueza, dores musculares, dores articulares, faringite (dores de garganta), obstrução nasal (nariz entupido) e rinorreia (corrimento nasal).

Os sinais e sintomas da gripe pandémica são semelhantes aos da gripe sazonal (gripe comum). Contudo, na gripe pandémica são mais intensos, a doença é mais grave e a morte ocorre com maior frequência relativa.

Geralmente o diagnóstico da gripe (comum) é estabelecido com base nos sinais e sintomas apresentados pelo doente, sem recurso a exames laboratoriais. Contudo, o diagnóstico laboratorial é imprescindível para a detecção de novas estirpes, para a avaliação do seu risco em saúde pública, e para a monitorização e controlo da disseminação da doença. Só pelo quadro clínico é muito difícil efectuar-se o diagnóstico diferencial entre a gripe e outras infecções respiratórias de origem vírica ou bacteriana.

Transmissão

Os vírus influenza são facilmente transmitidos de pessoa a pessoa, nomeadamente quando um indivíduo infectado com o vírus espirra, tosse ou fala (por expelir o vírus para o meio ambiente circunjacente).

Os vírus da gripe têm um curto período de incubação – tempo que decorre entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas – geralmente de 1-3 dias. Nos adultos, a capacidade de infectar outras pessoas vai de algumas horas antes do aparecimento dos primeiros sinais sintomas até 4-5 dias depois. Nas crianças a capacidade de infectar outras pessoas pode durar 7 dias.

Prevenção

A principal medida de prevenção da gripe é a vacinação. A vacinação deve ser repetida anualmente e deve ser feita especialmente nos grupos de risco (idosos, crianças e doentes crónicos).

Uma vez que o vírus sofre alterações frequentes que o transformam num organismo diferente, a vacinação deve também ser repetida anualmente para poder ser eficaz. Estudos apontam para que a vacina da gripe oferece uma protecção de 30 a 90 por cento aos indivíduos vacinados.

Os grupos prioritários para vacinação estão identificados e seguem a seguinte ordem de prioridade:

  1.  População em geral. Com o propósito de diminuir o número de hospitalizações e da morbi-mortalidade global;

  2.  Outros grupos de risco, como técnicos de saúde ambiental, trabalhadores de aviários e/ou envolvidos no abate de aves. Para reduzir o número de casos de infecção entre os trabalhadores que podem ser necessários na execução de tarefas com algum risco;

  3.  Residentes em comunidades fechadas, como centros de dia, lares, escolas e prisões. Para reduzir o número de casos de infecção em locais que, pelas suas características, se consideraram facilitadores da disseminação do vírus da gripe;

  4.  Grupos de risco acrescido, como idosos, crianças, imunodeprimidos e doentes com patologia respiratória. Para prevenir a ocorrência de complicações graves e reduzir o número de hospitalizações e mortes;

  5.  Outros prestadores de cuidados de saúde (por exemplo, auxiliares de acção médica e maqueiros), de assistência social (por exemplo, assistentes em instituições de solidariedade social com internamento e pessoal administrativo dos serviços de urgência) e profissões de risco no âmbito da sanidade animal(por exemplo, veterinários que lidam com aves). Para evitar a rotura de serviços essenciais, como consequência do absentismo laboral por doença;

  6.  Médicos e enfermeiros. Por serem os profissionais em maior risco de exposição e infecção (contacto directo com os doentes infectados), e por serem imprescindíveis para a resposta adequada dos serviços de saúde em caso de pandemia;

  7. Localmente, a nível concelhio e distrital, as autoridades de saúde devem ser responsáveis pela coordenação operacional do Plano de Contingência Nacional do Ministério da Saúde incluindo a distribuição e aplicação de vacinas (logo que disponíveis).

Tratamento

Habitualmente, a gripe é tratada com medicamentos para o alívio dos sintomas (analgésicos, antipiréticos, descongestionantes nasais, etc.). Os antibióticos são ineficazes contra a infecção viral mas podem ser prescritos se surgir uma infecção bacteriana secundária à gripe.

Embora a vacinação seja o método mais eficiente na prevenção e controlo de epidemias e pandemias, a utilização racional de medicamentos antivíricos específicos é fundamental na profilaxia e tratamento das infecções gripais, contribuindo para dificultar a disseminação dos vírus, atenuar a intensidade e duração dos sintomas, e reduzir as complicações da doença, bem como os antibióticos usados no tratamento dessas complicações (como a pneumonia).

Por outro lado existem outras medidas que podem ser tomadas para tratar a gripe:

- As mudanças de temperatura devem ser evitadas;
- Não se deve agasalhar demasiado;
- Deve medir a temperatura com frequência, com a ajuda do termómetro para verificar evolução da febre;
- Tome somente aspirina com conselho médico;
- Enquanto estiver doente não tome nenhuma vacina;
- Não saia de casa. Deixe o trabalho de lado, nem vá à escola. O melhor para curar a gripe é ficar em casa. Evite o contacto próximo com as restantes pessoas para que a probabilidade de contágio seja mínima. Ficar em casa também irá ajudar bastante na convalescença;
- Deve beber muita água e sumos de fruta;
- Como fica sem apetite, coma o que lhe mais apetecer;
- Para aliviar a obstrução nasal utilize soro fisiológico;
- As mulheres grávidas ou a amamentar não devem tomar medicamentos sem consulta médica;

Diferença entre gripe e constipação

Muitas vezes confunde-se a constipação vulgar com a gripe comum. Embora as duas situações tenham sinais e sintomas idênticos, as suas características clínicas são diferentes. No quadro seguinte apresentam-se as principais diferenças entre as duas entidades nosológicas.

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Nota: 
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