Opinião

Gestor de Saúde: o suporte humano do amanhã

Atualizado: 
06/03/2019 - 15:31
A Gestão em Saúde tem como princípios, o planeamento, a organização, e o controle. O objetivo principal passa por ajudar a família a administrar os recursos de que dispõe, sejam eles humanos, financeiros ou logísticos, analisar as necessidades da pessoa, garantir a sua segurança, a continuidade dos cuidados e a prestação de um serviço com qualidade para todos os envolvidos na gestão de saúde em geral e no domicílio.

A função de um gestor de saúde especializado deverá ser a de promover o apoio, a qualidade de vida, a autonomia e o envolvimento social das pessoas com doença aguda ou crónica, no respeito pela sua história, emoções, necessidades e vontade, garantindo os direitos fundamentais à liberdade e autodeterminação, através de cuidados de excelência no domicílio por equipa multidisciplinar especializada, criando uma relação de confiança baseada em serviços e profissionais de excelência.

O trabalho inicia-se com a avaliação do caso em concreto, das necessidades da pessoa e da família, segue-se uma proposta de apoio e valida-se com o cuidador principal as condições propostas.

O trabalho em si consiste em facilitar a informação e o acesso aos diversos serviços necessários, garantir uma boa articulação entre o doente, família e os diferentes locais, bem como, apoiar, esclarecer e encaminhar.

Geralmente, quando algo quebra rotinas mantidas há anos, por vezes durante toda uma vida, a tendência humana natural é pedir ajuda. Mas pedir ajuda a quem? Se se tratar então de questões relativas à saúde de alguém que nos é próximo, a pergunta é ainda mais premente. Se houver na família ou amigos alguém cujo saber ou local de trabalho, facilite a abordagem às questões de saúde o problema resolve-se com alguma facilidade. Mas, e se não houver ou se a família mais próxima estiver longe e com muitas dificuldades em gerir estas situações?

Há consultas marcadas, medicação para tomar a horas certas, idas à farmácia inadiáveis, soluções de reabilitação que obrigam a deslocações. Todas estas questões são de fácil solução com um gestor de saúde no domicílio.

E perguntas como: E agora? Onde? Quanto custa? O meu familiar teve alta do hospital, deram-me uma lista de tarefas que têm que ser asseguradas em casa, não tive dúvidas quando viemos embora, mas agora…estou em casa, tenho esta dúvida, o que faço? Estes, são alguns exemplos a que um gestor de saúde pode dar respostas identificando as necessidades e recursos existentes, e criando um plano individualizado para o futuro.

Ajudar o doente e a família a encontrar uma solução para as suas dificuldades, ajudar na reaprendizagem do cuidar de si ou do familiar, propor a formação adequada aos cuidadores e coordenar o trabalho dos profissionais envolvidos na prestação de cuidados, garantindo a articulação eficaz entre outros profissionais/unidades de saúde e o domicílio, são funções deste profissional.

São igualmente funções importantes de um gestor de saúde manter aberto o canal de comunicação com o médico de referência do doente e a optimização da utilização dos recursos, recolher as suas opiniões no que respeita à eficácia dos serviços e do comportamento dos profissionais propostos.

O futuro pede a figura do Gestor de Saúde nas nossas casas, para facilitar o quotidiano dos que sofrem e dos que com eles privam diariamente.

Só assim estaremos habilitados a construir uma sociedade mais solidária, justa e eficaz, capaz de oferecer soluções de suporte aos mais idosos e dependentes.

Maria João Melo Gomes - Gestor de Saúde Cuidados na Linha

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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