Fundação do Pulmão e farmácias combatem "más práticas" nas doenças respiratórias
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Em comunicado, a Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) indica que elegeu 2017 como “o ano da técnica inalatória” e refere que, nesse âmbito, “está já em negociação com as farmácias para que estas sejam um local essencial no ensinamento dos utentes que surgem ao balcão com receita médica”.
A colaboração pretendida traduz-se “na instrução dos pacientes, logo desde a primeira receita, de modo a minimizar as utilizações deficientes de fármacos ou aparelhos” e a adotar uma “boa técnica inalatória”.
São procedimentos “relativamente simples” que, se “observados com rigor pelos doentes”, resultam numa “sensível melhoria da ação terapêutica e no recurso a doses menores de medicamentos”.
A FPP lembra que as “más práticas” levam à procura de novos diagnósticos ou agudizações da doença e consequentes gastos com antibióticos, corticóides, internamento, perda de dias de trabalho, de idas à escola e em anos de vida por morte prematura evitável”.
A fundação afirma que em Portugal são gastos pelo Estado cerca de 60 milhões de euros em medicamentos utilizados nesta área da saúde, “com uma eficácia que é calculada entre 40 e 60%”.
Só na região Norte, em 2014, as patologias respiratórias determinaram 35.496 internamentos, indica o 11.º relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, publicado já em 2016.
Nesta região, destaca o documento, a ventilação “tem sido prescrita de forma crescente entre 2005 e 2014, tendo aumentado quatro vezes”.
A nível nacional, o número total de internamentos por doenças respiratórias no mesmo ano foi de 109.372 e os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica cresceu 257%, segundo o relatório.
A FPP, instituída em 15 de junho de 2009, tem por missão, segundo o seu sítio de Internet, “intervir, por todas as formas, na promoção da saúde respiratória dos portugueses, na prevenção as doenças e na defesa dos interesses e direitos dos doentes respiratórios e bem assim pugnar pela universalidade e equidade no acesso aos cuidados de saúde respiratórios”.