Febre-amarela
A febre-amarela é uma doença hemorrágica viral de elevada mortalidade causada por um vírus do género Flavivírus que é transmitido através da picada de um tipo de mosquito (Aedes) infectados.
Esta doença existe endemicamente nas regiões tropicais da América do Sul e África Sub Saariana e frequentemente ocorrem epidemias que podem infectar mais de 20 por cento da população não vacinada. Por isso, a taxa de mortalidade desta doença varia entre 15 e mais de 50 por cento, sendo que metade dos doentes infectados com a forma mais grave da doença morre dez a 14 dias após a infecção.
Os sintomas surgem 3 a 6 dias depois da picada do mosquito infectado. As manifestações da doença são muito variadas, daí a dificuldade em reconhecer precocemente a doença, e vão desde o indivíduo sem sintomas até disfunção orgânica generalizada.
Febre alta, calafrios, mau estar geral, dores de cabeça e dores musculares, vómitos e falta de apetite são os sintomas predominantes na fase inicial da infecção; estes sintomas duram 4 ou 5 dias e na maioria das pessoas passam espontaneamente. Num pequeno número de pessoas, a infecção progride para um quadro de falência de diversos órgãos, com icterícia e insuficiência hepática, hemorragias, insuficiência renal, alterações do estado de consciência, convulsões, coma e morte. O termo "amarela” vem da cor que a pele e os olhos adquirem nas situações mais graves, devido à icterícia.
Não há tratamento específico para esta doença, contudo existe uma vacina eficaz na prevenção da infecção e deve ser aplicada no mínimo 10 dias antes da viagem para zonas de risco, devendo ser feito um reforço da mesma a cada dez anos. Esta vacina protege contra um vírus transmitido, em África, pela picada do mosquito do género Aedes e, na América do Sul, também por mosquitos do género Haemagogus.
A vacina da febre-amarela está indicada para pessoas que viajem para zonas endémicas, mas não deve ser administrada nos seguintes casos:
- Se estiver doente com febre superior a 38ºC;
- Se teve uma reacção alérgica muito grave a uma dose anterior ou se é alérgico a uma substância que se sabe estar presente na vacina. Neste caso, pessoas com alergia às proteínas do ovo não devem tomar esta vacina;
- Grávidas;
- Se tiver o sistema imunitário debilitado, nomeadamente doentes com VIH, em fase avançada;
- Crianças com idade inferior a nove meses. Os casos de crianças entre os seis e oito meses que não possam evitar ou adiar a viagem para zonas endémicas deve ser avaliada por um especialista em medicina do viajante;
- Pessoas com mais de 65 anos devem também avaliar a hipótese de vacinação com o seu médico em função do risco de exposição ao vírus.
Após a vacinação, pode surgir febre e um nódulo duro, avermelhado ou doloroso no local de aplicação da vacina. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, apenas 2 ou 5 por cento dos vacinados apresentam outras reacções como dores de cabeça ou dores musculares. Em casos raros, pode provocar encefalite ou insuficiência hepática.
Caso, após a sua toma, surjam sintomas como febre elevada ou sintomas característicos de uma reacção alérgica grave como falta de ar, fraqueza, ritmo cardíaco acelerado, palidez, tonturas ou urticária, deve procurar ajuda médica.
São também aconselhadas medidas gerais, como a aplicação de repelente e uso da rede mosquiteira, para diminuir a exposição aos mosquitos.
Lista de países onde existe risco de transmissão desta doença.
África: Angola, Benin, Burkina-Faso, Burundi, Camarões, Chade, Congo, Costa do Marfim, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Quénia, Ruanda, República Central Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tanzânia, Togo, Trinidad e Tobago, Uganda, América do Sul e Central: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela.