Farmacêutica distingue projeto para prevenir transmissão do vírus da sida pelo reto
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Os projetos contemplados com estes apoios financeiros - seis científicos e seis de iniciativa comunitária - foram divulgados numa cerimónia em Lisboa.
O Instituto Nacional de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto propõe-se criar um produto capaz de proteger homens e mulheres contra a transmissão do VIH por via retal e evitar a sua disseminação pelo corpo.
Uma equipa de investigadores, liderada por José das Neves, irá usar partículas com um diâmetro dez mil vezes inferior a um milímetro para direcionar um medicamento contra o VIH para as células suscetíveis de serem infetadas pelo vírus.
As nanopartículas, que funcionarão como um invólucro do fármaco, ajudam o medicamento a "atravessar a camada de muco que cobre os tecidos" e a aumentar a permanência da substância ativa nas células, explicou o coordenador da equipa, José das Neves.
O microbicida (substância que destrói bactérias e vírus) a desenvolver, em gel, é para ser administrado, antes e após um ato de sexo anal.
Na lista de projetos selecionados pelo programa Gilead Génese incluem-se a prevenção de infeções sexualmente transmissíveis em jovens e o rastreio e promoção da qualidade de vida de idosos seropositivos da região de Coimbra, estes de iniciativa comunitária.
Criado em 2013, o programa Gilead Génese destina-se a financiar a investigação e as boas práticas de acompanhamento de doentes, no cancro e linfomas, no VIH/sida e nas hepatites B e C.
À edição de 2016, que voltou a contar com o patrocínio do Presidente da República, candidataram-se cerca de 30 projetos nacionais, apresentados por entidades científicas, académicas e da sociedade civil.
A farmacêutica, presente em Portugal desde 2001, produz medicamentos de uso hospitalar para o tratamento da infeção pelo vírus da sida, das hepatites B e C, de infeções fúngicas, da fibrose quística, da leucemia linfocítica crónica e do linfoma folicular.