Faltam nutricionistas e dietistas para aferir da qualidade das refeições escolares
Como há muito tem sido advogado pela Ordem dos Nutricionistas, a Nutrição e a Alimentação devem estar no centro das políticas nacionais de saúde, assumindo-as como uma prioridade para a promoção de uma vida saudável junto da população portuguesa. O Plano Nacional de Saúde admite que “uma alimentação inadequada é a principal responsável pelos anos de vida prematuramente perdidos”.
A colocação do combate à obesidade infantil como uma prioridade do Ministério da Saúde, em particular num país em que 50% dos adultos sofre de excesso de peso, contabilizando cerca de 1 milhão de obesos e 3,5 milhões de pré-obesos, é já um passo significativo no reconhecimento da importância da Nutrição e da Alimentação para a saúde pública.
No entanto, para atingir as metas propostas no Plano Nacional de Saúde será necessário uma abordagem mais ampla e transversal do que o simples “reforço dos programas de combate e prevenção da obesidade infantil”.
Será impossível combater de forma eficaz a obesidade infantil quando apenas 10% das autarquias portuguesas – as principais responsáveis pelo fornecimento de refeições escolares – têm nutricionistas e dietistas integrados nos seus quadros de pessoal.
Vários estudos científicos têm demonstrado a fraca qualidade nutricional da maioria das refeições escolares em Portugal, nomeadamente no que toca à prevalência excessiva de sal e ao insuficiente valor energético, uma situação que pode estar diretamente relacionada com o baixo número de nutricionistas e dietistas contratados pelas câmaras municipais.
Como tem sido defendido pela Ordem dos Nutricionistas, as autarquias necessitam de aumentar exponencialmente os nutricionistas e de dietistas integrados nas suas estruturas de modo a conseguirem salvaguardar a qualidade das refeições servidas nas cantinas escolares e, desta forma, combater a prevalência da obesidade infantil.