Falta de apoio nas idas ao hospital
Há doentes de esclerose lateral amiotrófica que faltam às consultas nos hospitais porque não têm dinheiro para os transportes. Esta é uma doença neurológica degenerativa que vai enfraquecendo progressivamente os músculos, impedindo os doentes de se moverem, mexerem os braços, comerem ou falarem. A associação de doentes tem conhecimento de vários doentes que deixaram de ir às consultas, escreve o Correio da Manhã, na sua edição digita.
Conceição Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA), mostra-se preocupada com o problema da falta de acesso aos cuidados de saúde. “Sabemos de doentes que estão a passar por grandes dificuldades. Um dos doentes vive em Abrantes, não vai às consultas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, há um ano porque não tem dinheiro para os transportes”, refere Conceição Pereira.
Outro doente, de 61 anos, vive no Montijo e, desde há um ano, gasta parte das poupanças de uma vida no transporte para o Hospital de Santa Maria. Por mês, gasta 300 euros em quatro viagens na ambulância dos bombeiros. Ao Correio da Manhã, a filha do doente, Jocelina Abrantes, mostra-se revoltada com a falta do direito ao transporte gratuito. “O meu pai sempre descontou para a Segurança Social, mas não tem direito ao transporte gratuito para o hospital”, refere, acrescentando ainda que os pais vivem de uma reforma total de mil euros.
A angariação de fundos através dos banhos públicos de água gelada já permitiu à associação arrecadar 11 500 euros.