Opinião

Fale de sexo com os seus filhos

Atualizado: 
13/02/2020 - 11:10
Apesar de cerca de 70% dos adolescentes portugueses ter tido educação sexual nas escolas, as dúvidas ainda são muitas junto dos mais jovens: Com que idade deverá uma adolescente realizar a sua primeira consulta de planeamento familiar? Qual a melhor idade para iniciar a toma de métodos contracetivos? O que é a contraceção de emergência? Com que frequência pode ser tomada?

Segundo um estudo publicado sobre as práticas contracetivas das mulheres em Portugal, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Sociedade Portuguesa de Contraceção, 70% dos adolescentes teve educação sexual nas escolas e a utilização de contraceção nos adolescentes aumentou nos últimos 10 anos (em 2005, 18% das adolescentes com vida sexual ativa não usava contraceção e em 2015 apenas 5%). Estes valores podem ser o reflexo de uma melhoria no acesso às consultas de planeamento familiar e a uma maior disponibilização de informação sobre os métodos contracetivos. 

Importante o papel dos pais na conversa sobre sexo e sexualidade com os filhos adolescentes, sendo que essa conversa deverá ser antecipada em dois anos à data a que os pais se propunham tê-la.

A primeira consulta de ginecologia/planeamento familiar no âmbito hospitalar, do centro de saúde,  atendimento de jovens ou mesmo com o ginecologista que acompanha a mãe deverá realizar-se idealmente entre os 13 e os 15 anos.

O principal motivo da procura destas consultas é o desejo por parte das adolescentes de iniciarem a toma do método contracetivo. Muitos são os encarregados de educação que pretendem estar presentes nesta primeira consulta, no entanto, será aconselhável que a maior parte da consulta deverá decorrer idealmente com a adolescente sozinha, particularmente na fase intermedia e avançada da adolescência.

Os preservativos são muito populares e de fácil acesso. São muito importantes para a prevenção de doenças de transmissão sexual, mas o preservativo apenas oferece uma contraceção eficaz quando usado corretamente.

O mesmo estudo revela que as mulheres sexualmente ativas conhecem a pilula de emergência e 17% afirma já ter utilizado.

A contraceção de emergência é um recurso importante para a mulher que não desejando engravidar teve uma relação sexual desprotegida ou um acidente com o método contracetivo. 

Quando deve a mulher optar pelo método contracetivo de emergência:

Esquecimento da toma da pílula contracetiva;

Está insegura quanto à eficácia do coito interrompido ou ao método do calendário;

O seu método de contraceção habitual falhou;

Ter tomado outra medicação que possa ter diminuído a eficácia da pílula que toma regularmente e está preocupada se pode ficar grávida

 A contraceção de emergência deverá ser encarada como uma possível solução para uma das situações que descrevi e não como um método contracetivo regular. As formulações mais recentes têm dosagens que mesmo seguras são várias vezes mais a dose diária de uma pilula contracetiva de toma regular.                                   

 Adolescentes informados tendem a ter atitudes e comportamentos sexuais mais seguros!

Autor: 
Dr. Fernando Cirurgião - Ginecologia e Obstetrícia na Clínica de Santo António
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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