Qualidade do ar

Fábrica diz que o ar é bom na aldeia alentejana de Fortes

A fábrica AZPO disse não ter dúvida de que o ar em Fortes, no Alentejo, é bom e não põe em perigo a saúde pública, contrariando um estudo que diz ser mau devido à sua atividade.

A fábrica de extração de óleo de bagaço de azeitona, que está situada perto da aldeia de Fortes, no concelho de Ferreira do Alentejo, distrito de Beja, tem sido acusada de poluir aquela povoação e está com laboração suspensa desde junho por ordem do IAPMEI por ter cometido "infrações graves".

Um estudo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), feito entre 01 de junho e 12 de julho, a pedido da Câmara de Ferreira do Alentejo, concluiu que a qualidade do ar em Fortes foi má e "violou todos os valores de segurança e risco" em 14 dias de medição.

Em declarações hoje à agência Lusa, fonte oficial da AZPO - Azeites de Portugal disse que a fábrica "desconhece por completo qualquer estudo efetuado" pela APA sobre a qualidade do ar em Fortes.

No entanto, disse, a AZPO "não deixa de chamar a atenção" para o facto de "dados referenciados" no estudo "apresentarem valores idênticos durante os dias de laboração da fábrica e durante os dias em que a fábrica esteve parada e sem qualquer atividade".

A fonte lembrou que a AZPO encomendou, a "uma entidade independente e reconhecida", um estudo para avaliar a qualidade do ar junto de Fortes e que foi feito entre os passados dias 23 de maio e 10 julho.

Segundo as conclusões do estudo encomendado pela AZPO e já "entregue às entidades competentes", disse a fonte, em nenhum dos dias abrangidos "os parâmetros medidos alcançaram os limites previstos na lei, não deixando, por isso, qualquer dúvida de que a qualidade do ar que foi analisada é boa e não coloca de alguma forma a saúde pública em perigo".

A fonte lembrou que a AZPO fez "um ambicioso investimento de 1,2 milhões de euros", que "vai permitir à fábrica trabalhar nas melhores condições exigidas" pela indústria de extração de óleo de bagaço de azeitona.

Segundo conclusões do estudo da APA, em 14 dias de medição de partículas atmosféricas PM10, que são elementos de poluição atmosférica, "o valor do Índice da Qualidade do Ar atribuído no recetor é classificado de Mau e viola todos os valores de segurança e de risco atribuídos pela legislação europeia e pela Organização Mundial de Saúde".

O estudo evidenciou que "a poluição medida no recetor é proveniente" da AZPO e é "esclarecedora e evidente" a "dimensão do impacto negativo na qualidade do ar do domínio público" quando a fábrica estava a funcionar e até ao fecho temporário.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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