Exemplo de Cuba e Venezuela na luta contra a doença devia ser seguido
“Exortamos a todos os países da região e de todo o mundo a seguir a liderança da Aliança Bolivariana para os Povos da América (ALBA), particularmente de Cuba e da Venezuela, que deram um exemplo louvável com a sua rápida resposta de apoio aos esforços para travar o Ébola”, escreveu Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, numa mensagem divulgada durante a sessão de abertura de uma cimeira, promovida por Havana e Caracas, para debater esta doença que já matou milhares de pessoas na África Ocidental.
O coordenador da ONU para a luta contra o Ébola David Navarro, que viajou até Havana na qualidade de enviado especial de Ban Ki-moon, leu a mensagem no início da cimeira extraordinária, que está a reunir na capital cubana representantes e mandatários dos países que integram a ALBA.
Os representantes de Antigua & Barbados, Bolívia, Cuba, República Dominicana, Equador, Nicarágua, Santa Lucia, San Vicent & Granadinas, Venezuela e Haiti, na qualidade de convidado permanente, pretendem debater a coordenação da prevenção e da luta contra o Ébola.
Também estão em Havana representantes de Granada e de San Cristóbal & Nieves, cuja integração na organização regional já foi aprovada.
Na mesma mensagem, o secretário-geral da ONU realçou que o Ébola é “um grande problema global que exige uma resposta global maciça e imediata”, manifestando ainda a sua satisfação pela realização deste encontro.
Ban Ki-moon elogiou, em particular, “a resposta extraordinária” das autoridades cubanas, que enviaram no início deste mês um grupo de 165 médicos e enfermeiros para combater o surto do vírus do Ébola na Serra Leoa.
O Presidente cubano, Raul Castro, anunciou hoje, durante a mesma cimeira, que na terça-feira outro grupo de 91 profissionais da saúde vai viajar para a Libéria e a Guiné-Conacri, outros dois países que estão no epicentro da epidemia.
Após a divulgação desta informação, a ONU sublinhou que Cuba, no total, “terá enviado 255 profissionais para a linha da frente na África Ocidental”.
“Isto é mais do que foi enviado pelos Médicos Sem Fronteiras ou pela Federação Internacional da Cruz Vermelha, mais do que foi enviado pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido, mais do que foi enviado pela China”, destacou Ban Ki-moon, na mesma mensagem.
A directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, também enviou uma mensagem de vídeo aos países participantes na cimeira em Havana.
A responsável insistiu que o bloco regional (ALBA) está a fazer “a coisa certa”, recordando que qualquer país com um aeroporto internacional está em risco face a esta crise “implacável” e “grave”.
Margaret Chan fez ainda questão de alertar que os meios de protecção contra o vírus são importantes, mas que não são “infalíveis” e que é importante prevenir possíveis erros.
O Ébola já matou desde o início do ano 4.500 pessoas entre mais de 9.200 infectados, segundo a OMS.