Envelhecimento da população e doenças crónicas aumentam a procura e a despesa em saúde
As despesas globais com cuidados de saúde deverão atingir os 8,7 biliões de dólares até 2020, uma subida significativa face aos 7 biliões de 2015. Este crescimento deve-se ao envelhecimento da população e às doenças crónicas associadas, aos inovadores avanços clínicos, à evolução tecnológica e ao aumento dos custos laborais, de acordo com o estudo Global Health Care Outlook 2017: Making progress against persistent challenges, da Deloitte.
“Os atuais desafios da procura e do custo dos serviços de saúde deverão manter-se a curto e médio prazo. Para atingir significativas melhorias clínicas e operacionais, as empresas do setor devem responder a estes desafios”, afirma Duarte Galhardas, partner e líder da área de Life Sciences and Health Care da Deloitte. “Encontrar um caminho adequado para todos os stakeholders vai ser difícil, mas algo necessário para assegurar a prestação de serviços de saúde de elevada qualidade, garantir um acesso igualitário e resultados positivos a custo acessível para os pacientes”.
As entidades estabelecidas no mercado, as novas empresas e os governos estão a desenvolver novas soluções e abordagens para melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde, bem como para controlar os custos. A inexistência de métricas consistentes dificulta a leitura dos atuais resultados. No entanto, de acordo com o estudo da Deloitte, as entidades ou empresas que se focarem nas seguintes cinco principais áreas em 2017 estarão preparadas para enfrentar os próximos desafios:
Custo: Espera-se um aumento da despesa com cuidados de saúde de 2,4% para 7,5%, entre 2015 e 2020, nas maiores regiões do mundo. Os prestadores de serviços de saúde que enfrentam o desafio deverão encontrar soluções mais eficientes, do ponto de vista do custo e operacional, deverão focar-se nas iniciativas mais transformadoras para inverter a curva da despesa.
Prestação de cuidados de saúde: A falta de acesso a serviços básicos de saúde e as variações da qualidade dos cuidados são problemas que persistem em muitas regiões do mundo. Os desafios atuais do setor da saúde são complexos e estão relacionados entre si, pelo que os modelos de prestação de cuidados de saúde que seguem uma abordagem multifacetada e colaborativa estão mais aptos a obter resultados positivos.
Inovação: A cirurgia robotizada, a impressão 3D, os dispositivos implantáveis e outras inovações tecnológicas focadas na prevenção, na monitorização e no tratamento estão a revelar potencial para melhorar os resultados e reduzir custos. Os líderes do mercado da saúde deverão considerar a construção de ecossistemas que envolvem entidades não convencionais e fontes de conhecimento fora da sua rede de relações.
Operações: Os sistemas de saúde públicos e privados vão, eventualmente, precisar de implementar novos modelos clínicos e de negócio para disponibilizar cuidados de saúde escaláveis, eficientes e de elevada qualidade, mas também para reduzir o desperdício, as redundâncias e os custos que ameaçam a sustentabilidade do sistema. Tal como acontece nas empresas comerciais, as entidades que prestam cuidados de saúde devem investir em ferramentas e processos que lhes permitam compreender o seu mercado alvo e os clientes, e deste modo envolverem-se mais diretamente com os consumidores dos serviços de saúde, atualmente mais ativos e informados.
Regulação do mercado: A saúde é uma das indústrias mais reguladas do mundo, com leis e políticas que verificam a qualidade e segurança clínica, a cibersegurança, a contrafação de medicamentos e a corrupção. Assim, adotar uma abordagem uniforme e consistente com as regras de planeamento, execução e monitorização faz sentido do ponto de vista clínico e de negócio no contexto atual do mercado.
Além de definir as considerações dos stakeholders, o estudo da Deloitte destaca o estado atual do setor da saúde e explora as tendências e questões que impactam as organizações do setor.
“Sem exceções, todos os sistemas de saúde no mundo devem continuar a procurar e a implementar estratégias que permitam melhorar os resultados e manter a linha da despesa inalterável”, destaca Duarte Galhardas, da Deloitte. “Embora não haja o ‘sistema de saúde perfeito’, existem exemplos de bons desempenhos em muitos países, que podem servir de referência para os agentes do setor”.