Enfermeiros nas urgências hospitalares já podem pedir exames
A norma, refere que os directores do serviço de urgência têm de elaborar um algoritmo para ser seguido no atendimento dos doentes, após o seu atendimento segundo a triagem de Manchester, que é realizado por enfermeiros.
O algoritmo em questão – que para já é criado por cada instituição, mas deverá mais tarde ser nacional – é definido para determinadas situações clínicas, como queimaduras, lesões articulares traumáticas, traumatismo crânio encefálico, traumatismo da face, ideação suicida, entre outras.
Alexandre Diniz, director do Departamento da Qualidade na Saúde, explicou que o objectivo da norma – de que a Ordem dos Médicos é coautora – é “reduzir os tempos de espera inúteis”.
Para tal, foram “desenvolvidos mecanismos que aceleram o percurso do doente até à assistência médica”.
Segundo Alexandre Diniz, “o grande problema das urgências são os casos amarelos”, os quais têm de ser atendidos na hora seguinte.
O especialista deu o exemplo do caso de um doente com uma dor torácica que é atendido na triagem por um enfermeiro e necessita de um electrocardiograma.
Até agora, só o médico podia passar esse exame, mas, a partir de hoje, o enfermeiro pode pedir o exame e, assim, avançar no atendimento, encurtando algum tempo.
Segundo um despacho publicado em Fevereiro em Diário da República, “em episódios de urgência com apresentação tipificada”, (…) “pode ser considerada a solicitação, pelo enfermeiro da triagem, de meios complementares de diagnóstico”.
“Este complemento de triagem é introduzido de forma voluntária e experimental, com a duração de um ano, nas unidades que forem identificadas pelas Administrações Regionais de Saúde como aquelas onde se possa esperar maior benefício na redução de tempos de espera”, refere o diploma.
O despacho determina ainda que todos os serviços de urgência devem assegurar, até 30 de Setembro deste ano, que usam a versão mais recente do sistema de triagem de Manchester.